“Presença”
De improviso, pareceu-me sentir um sopro suave,
Como se fosse um suspiro.
Interrompo as batidas no teclado e espero.
È a voz de um anjo que diz:
“Minha cara, acabo de ler a carta que estás escrevendo.
Gostaria de encontrar um modo de poder ajudá-la.
Nesse momento, o amigo dos teus sonhos,
Pode estar do lado de fora da tua porta,
Encoberto pela neblina, a um passo de ti.
Quem sabe... Talvez seja eu o amigo
Que há tanto tempo esperas.
Talvez seja eu o amigo a quem
Confiará teus pensamentos mais secretos”.
Olho em volta, não há ninguém.
Foi apenas o ruído dos meus dedos sobre o teclado.
Volto ao meu trabalho com a certeza
De que, em algum lugar, tu estás a minha espera.
Eu sei que tu existes. Talvez escrevas:
“Querida, eu decidi aceitar o fato de que as leis
Da natureza, no que concerne a mim e a ti,
São por algum motivo, temporariamente suspensas.
Escreva-me de novo, antes que essas leis sejam restabelecidas.
Sempre teu...”
(Hull de La Fuente)
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