Alguém falou baixinho, mas pude ouvi-lo, que o poeta está velho.
Discordo, embora alquebrado e abatido pelo anos, curvado sobre o peso de quase cem aniversários, a mente do bardo continua jovem, aberta à inspiração, ao fluir das rimas, à riqueza do verso,ao ritmo das palavras, à força do pensamento.
Não, o poeta não envelheceu.
Pode ser que os seus olhos já não consigam enxergar as coisas materiais com a mesma nitidez de antanho; suas mãos já não possuem, talvez, a mesma firmeza; seus passos já não têm a mesma envergadura dos verdes dias, mas a alma, espelho de todos os sentimentos, guarda o frescor dos antigos momentos, a sensibilidade continua vibrando ao compasso das coisas belas.
Eu reverencio com muito respeito o poeta quase centenário, o jovem artista que anda em busca do verso.