Embora não tenha solicitado, venho recebendo informações acerca da campanha presidencial do senhor Geraldo Alckmin e, como não me pediram licença para enviar-me o que quer que seja, utilizo-me da mesma falta de cerimônia para dirigir-lhes algumas palavras também.
Quero deixar claro, antes de tudo, que sou liberal-conservadora e, portanto, não apóio nem defendo nenhum dos candiatos apresentados por serem TODOS de esquerda - comunistas/socialistas -, do mesmo modo que em 2002.
Entretanto, soube que os responsáveis pelo material de propaganda na televisão demonstraram interesse em falar do Foro de São Paulo, aquela organização comuno-narco-terrorista da qual são membros fundadores o sr. Lula e o seu partido e o ditador Fidel Castro, e que alberga mais de 150 partidos, Associações e bandos terroristas (como as FARC e o ELN colombianos, o MIR chileno, e FSLN nicaragüense, dentre outros) e que o sr. Lula negou a existência da mesma ao âncora Boris Casoy em entrevista nas eleições passadas, inclusive com ameaças.
Os fatos, entretanto, têm se mostrado bem outros, como aponta com muita propriedade o filósofo Denis Rosenfield no artigo abaixo.
Então, eu pergunto: de "quê" o Sr. Alckmin se esconde ou a quem pretende favorecer se, não tendo "rabo preso", conforme se anunciou desde sempre, sendo uma pessoa íntegra e interessada pela retomada da ordem constitucional no país, se omite de forma covarde e vergonhosa diante do avanço do outro candidato que pretende implantar uma ditadura castro-comunista no Brasil?
Por que ele aceitou a candidatura e agora comporta-se como um gatinho frágil diante de um leão, se tem em suas mãos denúncias escabrosas que poderia usar como FATOS, PROVAS de que este governo do sr. Lula é comunista e que não respeita leis, ordem, Constituição e que destruiu os três poderes institucionais da Nação de forma descarada que todo o Brasil vem assistindo perplexo por mais de um ano?
A mim me parece que este senhor não está, de modo algum, interessado em ganhar as eleições mas fazer a população de idiota, mais uma vez, como se comportou o sr. José Serra em 2002, pois o "acordo" (naquela ocasião) era deixar "a vez" para o candidato comunista do PT.
Não é necessário (nem deve, jamais!) descer de nível como os petistas mas a verdade dos fatos se impõe e DEVE ser mostrada, ou então, renuncie desde já e não faça o povo de bobo porque, neste andar da carruagem, se o comunista Lula não se eleger no primeiro turno, irá para o segundo disputar com a comuno-trotskista Heloísa Helena e a responsabilidade deste afundamento definitivo do Brasil em mãos comunistas será única e exclusivamente DO SR. ALCKMIN.
Até então eu não havia me posicionado sobre votar ou não votar mas, se ele não mudar de estratégia, se ele não denunciar o FORO DE SÃO PAULO (que eu sei que ele tem material primoroso e sério para utilizar como denúncia) que é a FONTE de todas as mazelas por que passa nosso país e nossa gente, não só não terá meu voto como farei campanha contra, denunciando a fraqueza, a covardia e a conivência do PSDB com o PT como, aliás, sempre existiu, dito pelas bocas de FHC e Cristóvan Buarque em entrevista ao jornal Folha de São Paulo.
Peço a gentileza de que façam chegar esta minha mensagem ao Sr. Alckmin porque a estarei divulgando pela internet inteira.
Respeitosamente,
Graça Salgueiro
***
ATAQUES E FATOS
por Denis Rosenfield, filósofo
Lula armou a armadilha e Alckmin caiu nela. Em nome de um suposto debate de alto nível, que não seria marcado por ataques, o Presidente da República está pautando o processo eleitoral. O seu truque foi simples. Por “ataque”, ele entende que não se deva falar da corrupção estabelecida em seu governo e em seu partido. Produziu-se uma devastação que praticamente guilhotinou as cúpulas governamental e partidária, tendo ele próprio se mantido, a duras penas, em sua posição. E nada é dito!
Alckmin, por sua vez, seguindo o conselho de seus marqueteiros, optou por “não atacar”, como se atacar fosse mostrar os fatos que caracterizaram a gestão petista de governar. Os responsáveis da campanha do PT não esperavam tanta benevolência!
Lula se sentiu perfeitamente à vontade para apresentar os “feitos” do seu governo, verdadeiros ou falsos, não se importando com isto, pois contava, de antemão, com o beneplácito de seu oponente, que não o desmentiria.
A mentira tem pautado boa parte dess a campanha, sem que ninguém diga diretamente que “o rei está nu”. Mostrar a mentira, para alguns, significa “atacar”. De quebra, a corrupção e o desvio de recursos públicos, com responsáveis provados por CPIs e, inclusive, denunciados pelo Procurador-Geral da República, desaparecem da propaganda eleitoral, salvo pelas mãos de Heloísa Helena que, com seus parcos minutos, consegue mostrar o que está realmente acontecendo. Aliás, graças a isto, de não-candidata passou à condição de candidata respeitável, já ostentando 11%-12% das intenções de voto.
Enquanto isto, Geraldo Alckmin continua mostrando a sua biografia, desde a sua candidatura a vereador de uma pequena cidade paulista até a sua eleição para governador de São Paulo. A apresentação de seu programa parece alheia aos problemas do país real, apresentando um nítido perfil regional, como se fosse novamente candidato a governador de seu estado.
A estratégia eleitoral tucana de apresentação primeira do candidato pode estar correndo o risco de perder o seu timing, porque, quando entrar numa confrontação mais direta com Lula, este poderá já estar suficientemente consolidado, e sua imagem não podendo ser mais abalada.
O Brasil real, o dos fatos, não o dos ataques, foi: a) o de Waldomiro Diniz, filmado em claro processo de extorsão; b) o de Roberto Jefferson, denunciando o mensalão; c) o de Delúbio, reconhecendo e mentindo ao mesmo tempo sobre o modo que utilizava para extorquir recursos para o seu partido; d) o de cuecas, transportando recursos de origem ilícita; e) o da cúpula do PT, renunciando, sem que nenhum dos seus membros tenha sequer comparecido ao Conselho de Ética do partido; f) o da renúncia de José Dirceu, todo poderoso Ministro-Chefe da Casa Civil e o de sua cassação pela Câmara de Deputados; g) o da renúncia de Antônio Palocci, depois de ter exercido um evidente abuso de autoridade, violando a conta bancária de um caseiro bastardo, sendo, na cerimônia de seu afastamento do cargo, carinhosamente tratado e abraçado pelo Presidente; h) o de Paulo Okamoto, primeiro-amigo de Lula, pagando as suas contas, numa flagrante contradição com o que o próprio presidente declarou, posteriormente, em sua entrevista à rede Globo; i) o de seu filho, aproveitando-se de sua condição para obter um contrato altamente vantajoso para si, junto a uma grande empresa telefônica.
Enfim, os fatos são numerosos e ultrapassariam as letras do alfabeto se fôssemos enumerar a todos. Eis o país real, o país que foi vivenciado nesses últimos anos, o país que não deveria mais suportar a repetição de tal situação.
Ora, o que estamos observando? O candidato mais importante da oposição, Geraldo Alckmin, o que deveria precisamente crescer se mostrando como alternativa nacional, se recusa, até agora, a mostrar esse Brasil real. Confundem os responsáveis por sua campanha apresentar esse Brasil com ataques que deveriam ser evitados, como se mostrar fatos fosse equivalente a atacar.
Em nome da pureza mercadológica, temos uma campanha insípida, sem consonância com a realidade. Atacar significa ferir injustamente uma pessoa, usando golpes baixos ou fatos inverídicos. Mostrar fatos apurados e comprovados significa apenas apresentar a realidade tal como ela é.
Se ela não é “bonita”, não é este um problema de “marketing”, mas do próprio país. Alckmin não se sujaria por mostrar a sujeira que caracterizou esses últimos anos. Ele se mostraria limpo.