O concurso do Torre
Brasília tem sete letras
Usina só cinco tem,
Esta usina é de Brasília
E de outras partes também.
Inspirei-me na chamada
Que vem lá de Portugal,
Convidando a fazer quadra
De maneira natural.
Ah! Seu Torre, quem me dera!
Fazer quadrinhas assim,
Eu ficaria famosa
Na terra tupiniquim.
Ganharia bom dinheiro,
Poderia até comprar
Pra mim e pro companheiro,
Bilhetes pra viajar.
Rever Lisboa no outono
O fado poder ouvir,
E quando chegasse o sono,
No aconchego dormir.
Beber um vinho do Porto
Em tacinha de cristal,
No vagão de um comboio
Que atravessa Portugal.
Lá no castelo de Óbidos
Uma só noite passar,
Ao lado do meu amado
E de amor ouvir falar.
Ah! ‘seu” Guia, se eu pudesse
Uma quadrinha fazer,
Do jeito que o senhor pede,
Antes de poder morrer...
Eu juro que a faria,
“Guiada” pelo senhor,
E na métrica seria
Uma quadra de valor.
Só me resta na Usina,
Publicar verso quebrado
E meu sonho de menina,
Esquecer lá no passado.
Boa sorte aos concorrentes,
Só me resta desejar,
Poetas inteligentes,
Quem será que vai ganhar?
(Hull de La Fuente)
|