Há uma necessidade imperiosa de escrever, soltar as ideias aprisionadas no meu íntimo, op desejo de retratar as imagens que os meus olhos vêem, os sons que escuto pelos caminhos desta vida, os carinhos que dou e recebo, enfim, o fio invisível e mágico com o qual vou tecendo a teia de encasntos e mistérios que fazem de mim uma parte minúscula do Universo, mas sempre uma parte dele.
Eu sei, é bem verdade, que o mundo não sente a nossa falta, nem a minha nem a de ninguém, pois a natureza continuará a ser o que é, mesmo depois da nossa partida.
Se não houver amanhã, com certeza, o sol brilhará do mesmo modo, as flores terão o mesmo perfume e as mesmas cores, crianças nascerão, pessoas morrerão, haverá féretros, procissões, comemorações, prantos e sorrisos.
Mas, apenas uma pequena alteração ocorrerá no conjunto das coisas: um poeta menor deixará de escrever os seus versos, um cronista provinciano não estará dando notícias das suas visões... somente isto, nada mais.