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Cartas-->POR AMOR -- 04/11/2006 - 03:17 (Ivone Carvalho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
POR AMOR
(Ivone Carvalho)

Talvez seja para a nossa felicidade, não sei. Mas sabemos que o coração da gente é completamente independente, não se prendendo, jamais, à razão ou aos nossos mandos e desmandos.

Vivemos querendo impor controles à nossa alma, via de regra em virtude dos nossos próprios princípios, das leis impostas pela sociedade ou do que aprendemos corresponderem às leis de Deus.

Mas, por mais que queiramos nos manter na linha, sermos exemplos, mostrar-nos intocáveis por tudo que, de alguma forma, acreditamos horrorizar os nossos semelhantes e, muitas vezes, a nós mesmos, ele, o coração, usa de sua independência, liberdade, superioridade, magnitude e, principalmente, da autonomia que possui, vez que, em nós, somente ele é eterno, não é raro nos tornarmos vítimas de suas ciladas, as quais, quando acontecem, não entendemos e geralmente não aceitamos, nos levando, algumas vezes à revolta e, a outras tantas, à decepção, à dor, ao desespero e até à insanidade.

Não raramente, essa insanidade nos faz felizes. É como se encontrássemos, em meio ao deserto, o oásis que buscávamos, inconscientemente, ao longo de toda nossa vida.

Foi assim que você surgiu na minha vida..

Não o procurei, não o busquei, não imaginava encontrá-lo. Mas o encontrei! Sabe Deus por quais motivos nossas vidas precisavam se cruzar!

Ninguém, em sã consciência, se permite amar alguém que não se sente ou não está aberto ao amor, a um amor igual ao que floresceu em mim. Mas o amor não admite sugestões ou imposições. Ele não se preocupa com a nossa consciência. Ele é maior que nós!

Não, eu não queria amá-lo. Eu não buscava amá-lo. Eu não imaginava que seria capaz de amar tanto como eu amo e muito menos que me permitiria seguir amando-o apesar de tudo, de todos os senões, de todos os obstáculos, de todas as situações a que o meu coração foi submetido, se ferindo, se machucando, se levantando sempre e seguindo em frente, no sentimento que ele se deu o direito de viver, não importa como.

A vida é sábia e sábio é o coração. É através dele que existe a vida. É ele quem comanda tudo que temos de mais puro, de mais sereno, de mais divino. Sua sabedoria é tão imensa que ele não precisa, realmente, da razão que vive dando palpites, indicando os caminhos que ela julga os melhores para nós.

Quem somos nós para sabermos o que é certo ou errado, quando se trata de sentimentos? Somos pequenos demais. Somos miúdas centelhas divinas que se julgam poderosas, inteligentes, independentes, magnânimas.

Tentei esquecê-lo. Tentei arrancá-lo pela raiz, de dentro do meu ser. Fugi de mim mesma. Permiti à minha mente enumerar todos os seus defeitos(?), todas as razões que justificariam você longe de mim, fora de mim. Deixei o tempo passar, ora me calando, ora reagindo às suas ações, ora agindo e provocando reações, ora me obrigando a crer que nossas almas não se pertencem, que ninguém é de ninguém, que você tem o mesmo direito que eu tenho de buscar o que é melhor para você, de praticar os atos que entende corretos, de esquecer qualquer coisa que o faça lembrar-se de mim, de se ausentar, de não dar notícias, de não me amar como eu o amo.

Fiz loucuras. Não, não foram loucuras, mas, dependendo dos olhos de quem as vêem, poderão ser consideradas como insanas muitas das minhas atitudes, das minhas palavras, das minhas manifestações.

Creio que insanos foram, talvez, os meus sentimentos. Foram, não. São. Mas que importa que sejam loucos, se eles me movem, me dão vida, dão sentido ao meu viver, fazem com que eu me sinta feliz por senti-los. Sim, parece tão pouco, não é? Senti-los e não poder doá-los, não ter condições de entregá-los na sua mais absoluta pureza, na sua total emoção, na sua completa beleza.

Ah! Como seria maravilhoso se o amor fosse sempre correspondido e, o sendo, fosse o vencedor de todas as barreiras impostas, quer pela sociedade, quer pela sensibilidade, quer pela justiça, quer pela inteligência, quer pela liberdade, quer pela simples necessidade que existe em todos nós de amarmos e sermos amados.

Ao longo de nossas vidas nos deparamos com situações e pessoas que necessitam de nossas decisões. Nem sempre escolhemos o melhor caminho, mas decidimos. Vez ou outra nos arrependemos e, muitas vezes, isso acontece tarde demais ou numa fase de nossas vidas em que tememos mudar nossas decisões anteriores. Ou tememos, ou simplesmente não queremos. Permitimos que o orgulho fale mais alto, que a vaidade grite suas ordens, ou, simplesmente, não nos sentimos em condições de quebrar compromissos abraçados, nem sempre por vocação, mas algumas vezes por engano.

Entendermos que é tarde demais para qualquer coisa, talvez signifique não acreditarmos que o futuro a Deus pertence! Talvez seja a nossa renúncia aos nossos sonhos, à esperança, à Fé.

Tudo que fiz, e que possa parecer insano, fiz por você. Tudo faria por você. Não, não pense que eu seria capaz de prejudicar qualquer pessoa, qualquer entidade, qualquer crença, qualquer compromisso, qualquer união ou você.

Aprendi que onde há o amor existe Deus. E ao nos pedir que o amemos sobre todas as coisas e que levemos o Seu Nome e o Seu Amor através de todas as gerações, Ele jamais nos pediu que renunciássemos ao mais puro dos sentimentos. Não fosse assim, a Criação não distinguiria a natureza através do sexo, porque, embora pareça difícil a muita gente, amar ao próximo como a nós mesmos, é fácil. Se nos respeitamos e nos amamos, será o amor e o respeito que daremos a todos os nossos irmãos e isso independe de sexo.

Por isso tudo eu creio que se é tão simples amar qualquer pessoa, porque isso Ele nos ensinou, não pode ser impossível ou pecado amar alguém que nos completa, que nos dá mais vida, que nos faz felizes, que desejamos inteiramente, que é a entidade inspiradora de quase todos os nossos atos, dos nossos pensamentos, da nossa alegria, das nossas fantasias, dos nossos sonhos, da nossa realidade.

Eu não o escolhi para amar. Apenas descobri que o amava. Eu não busquei amá-lo. Apenas me conscientizei do quanto o amo. E não preciso renunciar a absolutamente nada para sentir este amor que está enraizado no meu núcleo, quiçá porque já nasci esperando por você.

Há momentos em que eu o desejo ardentemente, inteirinho. E sonho com a entrega total, minha e sua. Esse desejo não me faz infeliz, mesmo sabendo que não o tenho. Pelo contrário, creio piamente que sonhar não é pecado, porque esse sonho decorre do amor imenso e puro que tenho por você.

Mas os meus pensamentos de todos os minutos não chegam a tanto. Fica a vontade enorme de abraçá-lo e receber o seu abraço, de olhar nos seus olhos, de sentir a sua presença, de me aconchegar no seu peito e ficar bem quietinha, apenas sentindo o meu corpo envolvido pelo seu, os seus dedos afagando os meus cabelos, a sua respiração próxima, a certeza de que, mesmo se não me amar como eu o amo, sou importante para você.

E se tudo isso for completamente impossível, oro para que as suas notícias não me faltem, para que eu serene a minha alma que tanto deseja que você esteja bem e feliz...

04/11/2006





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