Inconscientemente, já fiz parte - cego, surdo e insensível - da babélica multidão que há milénios assola permanentemente a humanidade e, quanto a mim, continuará inexoravelmente pelo futuro avante. Só aqueles que muito-e-muito se interiorizam, procurando quanto possível o seu próprio reconhecimento, conseguem libertar-se do tácito clima imperante: o aflitivo atropelo dos náufragos para lograrem lugar na mirífica jangada.
Sobre a mesinha de cabeceira, junto a um pequeno bloco de apontamentos, tenho sempre à mão a Bíblia, onde busco e rebusco amiúde relacionamentos factuais entre o antigo e o hodierno. Sobretudo aquilato que a humana hidra, através de tanto-e-tanto tempo, permanece sob o mesmo confuso imbróglio, avantesma imparável, tal como se tratasse de um deus que, sendo culpado de todas as lástimas se encima descaradamente sobre o trono da virtude.
Por consequência, Ex.ma Amiga Usineira - Doutora IVONE CARVALHO - insista e persista com a sua tão bem dotada e magnífica expressão através das letras. Não, não resolverá o infinito problema que desde sempre se colocou aos mais elevados cérebros desta vida, mas, constituírá, sim, um daqueles preciosos oásis que felizmente existem ao longo do grande deserto da existência, em português, em excelente português com a genuína particularidade sonora dos índios-colibris brasileiros.
Saudações assaz congratuladas do velho burgo tripeiro, com votos de que o elogio constitua o exemplo que acoberte sem excepção todos os pensamentos. |