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 | Cartas-->UMA VOZ NA PEDRA * -- 01/12/2006 - 00:09 (Heleida Nobrega Metello) |  |  |  |  |  |
 | *( por Antonio Ramos Rosa, nascido em Faro, Portugal) 
 
 Querido amigo
 
 
 Não sei se respondo ou se pergunto.
 
 Sou uma voz que nasceu na penumbra do vazio.
 
 Estou um pouco ébria e estou crescendo numa pedra.
 
 Não tenho a sabedoria do mel ou a do vinho.
 
 De súbito ergo-me como uma torre de sombra fulgurante.
 
 A minha ebriedade é a da sede e a da chama.
 
 Com esta pequena centelha quero incendiar o silêncio.
 
 O que eu amo não sei.  Amo em total abandono.
 
 Sinto a minha boca dentro das árvores e de uma oculta nascente.
 
 Indecisa e ardente, algo ainda não é flor em mim.
 
 Não estou perdida, estou entre o vento e o olvido.
 
 Quero conhecer a minha nudez e ser o azul da presença.
 
 Não sou a destruição cega nem a esperança impossível.
 
 Sou alguém que espera ser aberto por uma palavra.
 
 
 Um grande abraço
 
 
 fonte: http://usuarios.cultura.com.br/migliari/po_ar02.htm
 
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