Consoante, em relação a Cristo, o tempo avança, o progresso ganha velocidade e a evolução determina as sucessivas actualidades, mais e mais o processo religioso, emanante das antanhas sabedorias, constitui um sério handicap para quem vá na treta de perdoar a quem lhe faz mal e por vezes incessantemente, seja qual for a lupa excelsa que tente moderar a existência humana, encaminhando-a para a harmonia solidária. Nós, aqui, batemos com a mão no peito. Eles, lá, batem com a cabeça no chão. O que é que adianta?!...
A predação locupletante, à parte os excepcionais rasgos de exclusiva intimidade, já não tem interstício que lhe falte tomar. Até os pobrezinhos são hoje a alma de excelentes negócios e estabilidades, instrumentos de trabalho de cínicos miserabilistas. A tenaz engrossou-se e fundiu-se ao redor das presas. Qualquer escape implica escusado sofrimento, ou melhor, falta de sensato juízo pragmático. Política ou religiosamente o indivíduo tem de ser perspicaz a lidar com as panaceias que abruptamente o cercam.
Eu, Amigo, política e socialmente (e assim penso) jamais determinaria a morte de alguém, mas por motivos muitíssimo diferentes às doutrinas religiosas em que o mundo presiste, ainda que, como é óbvio esperar, corresse o risco de ser abatido em qualquer desprevenido momento. Há monstros humanos que não merecem a tranquilidade da morte.
No assunto em apreço, em termos estratégicos que a decorrência coloca, quanto a mim, Saddam Hussein não foi morto por aquilo que fez, mas tão-só pelo que ainda poderia vir a fazer. Este facto, ao dealbar de 2007, faz indignar todos aqueles que pensam como o Senhor, em seu parecer religioso, ou como eu, por convicção.
Se a justiça para edificar o exemplo manda matar, a injustiça que se amontanha matará incomparavelmente muito mais. De qualquer fero animal se pode fugir, menos do humano.
Votos de excelente ano
O Senhor vai por aí
E eu vou por aqui = TdG