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Cartas-->Do Porto para o Rio de Janeiro -- 08/02/2007 - 19:58 (António Torre da Guia) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Comuniquei-te há dias que exporia a minha pose actual - 6 de Fevereiro de 2007 - quase 68 anos depois de ter aberto os olhos para esta vida. Contemplando-me olhos nos olhos e abarcando com o raciocínio tudo-tudo que vivi, à guisa de balanço geral, não me sinto mal ou sequer queixoso do que quer que seja. Ninguém pode evitar o inevitável, faça o que fizer para ter a sensação de que melhora algo. Afinal o bem-estar da existência acaba por confinar-se a simples e singelos pormenores que perpassamos sem dar por isso. O gozo e o sofrimento são exactamente os extremos do estar-se deveras bem.

O que já tanto temi, agora não temo. Os embaraços que incisivamente me preocuparam, em absoluto, diluiram-se a pouco e pouco consoante os factos me depositaram na pele a evidência. Habituei-me às vicissitudes tal como se tivesse de passar por caminho tortuoso para chegar a casa e refazer-me. Inclusive, e que me surpreende imenso, as dificuldades que se me vão deparando dão-me prazer a contornar, algo como espécie de jogo onde me sinto seguro de ganhar. Venha pois a paz, venha a guerra, venha o que vier, estou ciente de que até paralisado saberei buscar tranquilidade íntima até me finar.



Meu Deus, o que o tempo faz
tão depressa e devagar,
constrói e tudo desfaz...
Disto não sei que pensar!...

Com amigo carinho, um abracinho...




Exercício de vendo, ouvindo, sentindo e pensando...

Dizemos tanta-tanta coisa de nós,
tanta coisa que presumimos virtuosa
e estamos sempre predispostos
a atribuir o que é defeituoso aos outros...

Porquê, se em consciência sabemos
que estamos permanentemente dependentes
da inevitável incoerência dos sentimentos,
oscilando contínuos entre o bem e o mal?...

Os nossos ancestrais antepassados,
batendo-se pela sobrevivência harmoniosa,
inventaram sucessivos deuses gerenciadores,
céus e infernos para fruir ou penar além da vida...

Há milénios que o imbróglio espiritual persiste,
arrastando-se miseravelmente subvertido,
espécie de canga-grilheta iluminada
que ousa submeter a inteligência à escuridão...

Sente-se que o bem e o benefício evocados
cada vez mais culminam no mal e no prejuízo
da maioria do raciocínio colectivo,
inclusive decadenciando o advir dos privilegiados...

E são os bons, os excepcionais, os em-nome-de
que continuam a decidir as grotescas carnificinas,
dominando os mais elementares meios de subsistência,
agora, que se está tão perto da venda-e-compra do ar!...

António Torre da Guia

Som = "Amigos para siempre"




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