A manhã, pelo vidro da janela, aparece borrada e cinzenta com a chuva fina que cai.
Vultos abrigadaos passam fugidios e distantes, procurando abrigo.
Os carros espalham jatos dágua das poças acumuladas nas depressões do asfalto.
Há uma espécie de sonolência na paisagem do dia que se inicia.
Da noite, nos meus ouvidos e na minha mente, as palavras duras e cruéis vindas por telefone, despertando-me do sono, roubando-me a tranqüilidade.
Fico pensando na perversidade de determinadas pessoas, espalhando veneno e maledicência, procurando infernizar a vida dos seus semelhantes, por pura inveja, por despeito, por ruindade mesmo.
Rezo por elas, entretanto, rogando a Deus que lhes dê paz, lhes traga consciência do comportamento maldoso, da intriga e da desarmonia que semeiam dia após dia sem saber que, no fim da semeadura, na hora da colheita, tudo quanto vão obter, na exata medida do que plantaram, é a discórdia, o ódio e o desamor.