Se colocarmos de parte os sentimentos pessoais que quase sempre perturbam a análise objectivamente nua e crua, rigorosamente isentos e quanto possível libertos de afectações preconceituosas, sob a lupa do autêntico humanismo, estaremos pois na situação ideal de fazer um razoável juízo sobre os factos que de rompante nos indignam com desmesura e nos levam a ser muitíssimo severos.
Desde sempre, embora progredindo e evoluindo, o busílis bíblico continua a pairar profuso e a inundar de lés a lés o nosso quotidiano. Vamos ali, está Moisés, vamos acolá, está Sodoma e Gomorra, e vá a gente onde vá, estamos sempre em face dos diversos passos da vida de Cristo, deparando-se-nos continuamente o belo e o horrível. A vida é linda, a vida é feia, ó quem me dera ter vinte anos, a vida não presta para nada.
É sobre o enunciado exposto que me quedo tantas vezes em profunda matutação sem saber deveras o que hei-de fazer, como hei-de agir e por que frincha lograr a mínima solução plausível para os meus desafectos, questiúnclas, prá luta azeda da vida comum.
Assim, embora de carácter adverso ao pacifismo exagerado, resta-me pois o último recurso, o método dos prudentes e sensatos, a estratégia dos que sincera e sentidamente procuram a tranquílidade para fruir o melhor possível a vida: anodinismo, mitigante das dores psíquicas inevitáveis, armeiro da calma, alentador da insignificância, sítio do inofensivo, ainda que o vozerio o designe preconceituosamente por hipocrisia.
Conhecem melhor atitude para perpassar a decorrente actualidade?