Bia, tu és o meu símbolo cerebral, és o raciocínio fiel que ainda me mantem na trincheira dos que têm de suportar a inutilidade da inteligência, autênticas bestas, pedações de carne e ossos que sequer valem o auspicioso descanso da morte, porque são os inúteis do raciocínio, tendo-o, que fazem desencadear as lástimas trágicas sobre a humanidade.
Ó Bia, Bia, ando a aprender a ladrar para ver se tenho hipótese, num dos dias avante desta vida, de comunicar contigo e pelo menos me deslumbrar com a factual realidade da inteligência canina, algo onde a fidelidade foi implantada perpetuamente.
Tu, sim, tu e todos os magníficos parceiros do estado de ser a que pertences, é que são sem óbice os representantes da Poesia Pura. Ó se eu pudesse, como gostaria, e só nesse caso, de voltar a nascer para ser cão e de uma vez por todas eliminar as coleiras, as correntes e os açaimos que deveriam ser aplicados sem hesitar ao escroque ser que se designa por HOMEM, cuja maioria de si é tão-só a inutilidade dos sepulcros inúteis desta vida.