Não sei se descobri o esconderijo das palavras, onde elas estão guardadas pelos formadores da lingua, ansiosas por ingressarem nas enciclopédias e nos dicionários e, melhor que isso, na boca do povo. Sim, porque a língua é viva, ela se modifica com o passar dos anos, as gerações vão desenterrando vocábulos que estavam em desuso e empurrando outros para o ostracismo. Eu me lembro bem, quando era garoto, das gírias que iam e vinham, na boca dos artistas de cinema, reproduzindo o liguajar das grandes cidades, ao tempo em que o Brasil imitava o que o Rio falava, principalmente, a gíria carioca, o falar curioso do malandro.
Hoje, com a internet e a velocidade das comunicações, a grande porteira do mundo vive escancarada e a gente fala quase que igual, principalmente os jovens,. Isto faz desaparecer de modo galopante os regionalismos, que vão ficando em desuso.
É preciso descobrir o esconderijop das palavras, onde elas ficam em repouso, de onde elas saem para o mundo do idioma, feias ou bonitas, para encantar os ouvidos dos artistas e dos que sabem manipula-las, fazer delas a magia dos livros, dos discursos e das poesias.