Ainda que a enorme distância física, neste desiderato aqui tão perto que é a benquista Usina de Letras, as vicissitudes da existência psíquica não permitiram que normalmente me desse em acordo intelectual com Domingos Oliveira Medeiros. Sei que entre nós sobrou o respeito mútuo que razoavelmente estabelecemos no silêncio que decidimos erguer entre ambos.
Sob aquele peculiar remordimento íntimo, que se implanta nos sentimentos dos vivos no tempo insuperável, por não haver insistido na cordial reparação de um franco e fraterno entendimento, como tantas vezes fiz e estou sempre disposto a fazer, resta-me prestar-lhe a minha sincera homenagem que, embora pública, satisfaz sobretudo com algum alívio a minha consciência. Afinal o tempo nunca dá tempo a si próprio e também eu descurei este inexorável facto.
À memória do usineiro-firme
Domingos Oliveira Medeiros
António Torre da Guia |