Querida, eu deixo esta carta mais como despedida. Não sou de fazer alarde; você sabe, sou discreto.
Nada mais de imaginar viagens fantasiosas regadas a lindas luzes e felicidade a granel. Passou o tempo, eu sei.
Querida, nada mais de cantar músicas cafajestes em seus ouvidos lindos, você não era para mim e isso eu sei, da forma mais dolorosa, agora.
Querida, passe a roupa e costure as camisas de seu coração, faça com o outro o que jamais quis comigo, mas vamos nos despedir aqui, ao ar, perante esta multidão de olhos atônitos: Deixo um beijo desenhado no ar cristalino do Outono.
Nada mais de embaraços, nem de rubores falsos, nem pequenas risadinhas; sou mais o meu certo passo, o meu eterno retorno, a minha conhecida e velha estrada.