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Cartas-->Carta ao Poeta -- 09/01/2002 - 18:21 (Taitson Alberto Leal dos Santos) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Ao poeta e grande amigo,
Manuel Carneiro Mendes-Sá *


Caríssimo companheiro, escrevo-lhe como ato de expiação de minhas nebulosas angústias. Angústias que rasgam e dilaceram minhas vísceras.
Tenho-me, cada vez mais, questionado a respeito da existência; a minha em particular. Mergulho neste imenso e profundo mar do vazio e somente sombras encontro. E, quanto mais fundo, maiores tornam-se as incertezas, as dúvidas, as flagelações...
Sei de muitos que se questionam a tal respeito, mas receio que estes mesmos sintam com todo o seu ser esta (ir)realidade. Caro amigo, pergunto-te, será mesmo a realidade uma realidade, ou ainda, será real esta realidade? A cada pergunta uma nova interrogação...
A cada dia, mais intensas tornam-se minhas indagações com relação a esta realidade, a esta existência. Hoje creio firmemente que não passamos de imagens oníricas de uma Rã. E eu pergunto-lhe, poeta, o que será de nós quando esta Rã despertar? O que, de nós, será?
Não sei. Penso que, despertando, diluiremos no ar... Mas tenho receio. E se, ao despertar tal Rã, mergulharmos em seu inconsciente, tornando-nos meros signos de seus mais recônditos e subterrâneos pensamentos? Fixos, imóveis e extáticos frente a esta aterradora condição, somente sendo possível contemplarmo-nos, apáticos e insanos, nesta solidão tão sofrível.
A quão medonha ilusão pertencemos amigo?! Despertemo-nos! Nos é possível prosseguir nesta jornada, sabendo quão absurda e quimérica é esta existência? Por que tanto medo em acordar o anfíbio? Seria nossa diluição mais aterradora do que a atual condição?
Ai amigo, quantas imprecisões nos rodeiam, que existência é esta onde somente angústias e ilusões nos permeiam? Penso, procuro e nada encontro. Somente a Rã, nossa Criadora, é o que vejo.


Do seu,

Taitson A. L. dos Santos


* Manuel Carneiro Mendes-Sá é poeta português, formado em Direito pela Universidade de Coimbra. Reside atualmente em Maputo – República de Moçambique – onde é professor de Literatura Portuguesa.
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