Se há uma coisa neste mundo da qual eu me arrependo amargamente é de ter ajudado a construir o PT. Entrei para esta facção, raios!, ainda na juventude, iludido pela conversa mole socialista, através de uma das suas muitas correntes interna que usavam a fachada legal do partido apenas como guarda-chuva, para agirem livremente dentro da esfera democrático-legalista, e com isto, ao mesmo tempo em que se utilizavam deste mesmo objeto protetor, trabalhavam para destruí-lo desde dentro como tática clandestina de lograr suas maquiavélicas intenções.
Quando o escritor Olavo de Carvalho insiste incansavelmente em denunciar a existência do Foro de São Paulo, para mim não é difícil entendê-lo, pois, quem quer que acredite na lenda de que um partido revolucionário que se preze tem somente a ambição de agir na esfera legal do jogo democrático está completamente equivocado. O cidadão chamado brasileiro "médio", aquele "cansado" chefe de família, preocupado apenas em cuidar de suas coisas particulares e tocar uma vida normal sem grandes sobressaltos e que votou no PT e hoje se decepcionou, precisa entender por todos os meios que os partidos revolucionários possuem uma fachada legal apenas e simplesmente por uma questão estratégica, mas a cara verdadeira só virá a ser revelada quando as "condições revolucionárias estiverem maduras" para a tomada do poder.
Para ilustar como exemplo prático o que estou a dizer, procurem ler o que o articulista Mauro Santayana escreve no Jornal do Brasil e comparem com o que ele escreve na Agência Carta Maior. No JB ele aparenta um sujeito acima de qualquer supeita, distinto, grisalho, ponderado nas colocações, macio no estilo etc. Já na Carta Maior ele é absolutamente diferente do Mário Santayana do JB, é só comparar. Como bem classifica Olavo de Carvalho, é um típico agente de influência, tem uma fachada legal e outra "clandestina". Portanto, é muito simples de entender: O PT é a fachada legal e o Foro de São Paulo é quem verdadeiramente dá a direção política a este partido