Pinto o meu escorço neste fim de dia!
Letras litúrgicas acumulam reclamações e
luxam partes da minha alma!
Palavras sintônicas ecoam num derradeiro brado anunciando que devo seguir!
Pés cravados no estribilho da porta... não conseguem transpô-la por uma infinidade de motivos não descobertos, embora revelados na iniciativa do grito e do silêncio do meu peito!
Vou ordenando os grifos e os frisos ladeados que insistem combater a derribada definitiva!
Escrutino tudo que se me apresenta frente aos olhos e ao coração...
a aparência da imutabilidade declara tristonha a refinada temática da despedida... módico sentimento que impõe confusão quando a verdade transforma a emoção numa conspiração da razão que acena a compulsão para ficar!
Figurado o quadro deletério da indiscutível presciência do choro... predestino outra hora para abrir a porta e não permanecer desenhando em minha memória a impressão assertiva de biltra que esteve a me enganar e que, por descuido das horas, me fez sentir amor!
©Balsa Melo
16.09.07
Cabedelo - PB