Sempre lutei contra terroristas; principalmente contra comunistas terroristas -- e é bom frisar neste momento que sempre lutei contra “terrorista comunistas”, e não contra aqueles comunistas sonhadores, idealistas...
Muitos são meus amigos; muitos são possuidores das mais admiráveis e nobres inteligências –, mas sempre lutei com as inocentes armas escondidas nas minhas entrelinhas...
Outros foram obrigados a lutar usando as mesmas armas usadas pelos guerrilheiros no Araguaia: - A luta fratricida; a força bruta! Hoje estão dizendo que a justiça decretou a “SOLUÇÃO FINAL”, e que não se trata de revanchismo.
A sentença da juíza da 1 Vara Federal, Solange Salgado, manda investigar em 120 dias o paradeiro de guerrilheiros desaparecidos no Araguaia. Não estou aqui para defender os militares que lutaram bravamente nas matas do Bico do Papagaio. Nem tenho procuração para fazê-lo. Mas, na minha opinião, é revanchismo, -- sim! E o que se pretende é colocar todos nós, no mesmo saco!
Dizem que aqueles que participaram daquelas lutas foram beneficiados com comissões no exterior, medalhas, comendas e outras benesses. Se foi assim, acho até que mereceram, pois arriscaram suas vidas em defesa da nossa hoje tão corrupta democracia. Eu tenho poucas medalhas; duas ou três, mas tenho muitos amigos; filhos, netos que me interrogam diariamente até quando nós militares vamos suportar tantas injúrias e difamações...
Então eu me pergunto:- - Devemos ser bons para quem nos trata assim tão mal? -- Então é por isso que agora, esgotadas as últimas gotas da minha “santa” paciência, aconselho aos revanchistas de plantão que procurem seus mortos – principalmente aqueles que foram covardemente abandonados pelos seus “companheiros” lá nas matas do Araguaia; companheiros “muy amigos” que hoje ocupam os mais elevados cargos no governo; dirigindo comissões de direitos humanos (humanos?); outros sentados displicentemente nas confortáveis poltronas do infelizmente hoje tão corrupto Congresso Nacional – nas tripas dos tatus, que comeram suas carnes, nos ratos, que roeram seus ossos, e, nas profundezas dos infernos, suas almas.
E que eles aprendam a escolher com muito cuidado seus inimigos, pois nós não somos “babacas”... Nossa reputação, nossa honra, nossa dignidade foram obtidas com muita luta pelos nossos heróis do passado, e haverão de ser defendidas hoje, amanhã e sempre por nós, pelos que não temem ameaças nem represálias!
Coronel Maciel
cel_maciel@yahoo.com.br
Jornal de Hoje 1 Edição Natal
Obs.: Texto extraído do site Reservaer, no dia 23/10/2007 (F.M.).