Cartas dos Leitores
(estas cartas representam a opinião de várias pessoas espalhadas pelo país. Têm, portanto grande importância nas tendências políticas do momento).
Leilão da Cesp
A primeira página do Estadão de ontem, infelizmente, resume tudo. O setor elétrico brasileiro é confuso e, acrescentaria, pouco confiável. Por isso espanta investidores sérios. O fracasso da venda da Cesp é emblemático. Além das falhas relativas às concessões vencidas, deve-se considerar que o malogro começou antes de Serra, quando o governador Alckmin pôs por terra o modelo paulista de privatização, vendendo a CTEEP a uma estatal colombiana. Lembre-se que essa empresa de transmissão - estratégica para o suprimento de toda a Região Sudeste - foi criada para que se pudesse privatizar, com segurança, as duas outras pontas: distribuição e geração. A transmissão seria - no modelo adotado - o elo neutro do sistema, monopolístico e sem interesses comerciais em jogo, para que a disputa se desse nos extremos. São Paulo, ao “privatizar” a CTEEP, contou com a falta de estrutura de uma agência reguladora (Aneel) sem orçamento, sem técnicos e sem a independência política necessária para contrariar interesses e fazer valer os princípios do seu próprio modelo de desenvolvimento. Setores de infra-estrutura que exigem das suas empresas vultosos recursos já na fase de implantação, como foi o caso da Cesp com as Hidrelétricas de Ilha Solteira e Jupiá, necessitam de um arcabouço legal consistente e duradouro. O modelo setorial nem precisa ser o melhor e o mais moderno do mundo. O importante é que tenha um mínimo de racionalidade e seja confiável. Qualquer arranjo organizacional que se der ao setor elétrico será bom se for para valer. Por pior que seja, quando o modelo é duradouro e não muda a todo momento, o mercado se ajusta a ele. Como está, com mudanças sempre que a conjuntura política é alterada, destrói-se a confiança do capital privado sério. Ninguém é louco para colocar dinheiro na construção de uma usina - que leva anos para ser concluída - se as regras e os modelos mudam a todo instante. O setor elétrico é diferente dos demais por essa característica da longa maturação dos investimentos. Daí a necessidade de se ter regras rígidas, duradouras e confiáveis. Do contrário, só entram no setor aventureiros ou empresas sem qualificação financeira e técnica. Por estas e outras, o Estado de São Paulo corre o risco, antes do resto do País, de sentir os efeitos de uma privatização de serviços públicos de forma açodada e malfeita.
NILSON OTÁVIO DE OLIVEIRA
noo@uol.com.br
São Paulo
A discussão agora é “como” a Cesp será privatizada. Ninguém de bom senso é contra acabar com o que já foi um dos principais ninhos de apadrinhamento do
Estado de São Paulo, desde que haja efetiva injeção de recursos em atividades próprias de governo, como educação, habitação, transporte e saúde. Não se pode mais entregar de mão beijada os bens públicos àqueles que já estão mal-acostumados. Um pouco mais de paciência e aparecerão candidatos dispostos a fazer um bom negócio para os dois lados.
LUIZ ANTÔNIO DA SILVA
lastucchi@yahoo.com.br
São Paulo
O leilão da Cesp fracassou em razão da falta de garantia do governo federal referente à renovação das concessões, que vencem em 2015. A esta hora, os petistas devem estar exultantes por terem atrapalhado mais um negócio dos tucanos. E, como não há nenhum santo nessa história, a oposição se prepara para dar o troco, trancando a pauta no Congresso Nacional. O único prejudicado por essa guerra irresponsável e estapafúrdia é o povo brasileiro.
LUIZ ANTONIO ALVES DE SOUZA
zam@uol.com.br
São Paulo
Quebra de sigilo
É com muita satisfação que tomo conhecimento do nobre ato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que dignamente quebrou o próprio sigilo dos gastos privados em suas gestões. Cabe ao atual partido do governo e a seu mandatário maior, que tanto ameaçam, achincalham e chantageiam o sofrido povo brasileiro, fazer o mesmo. Que a CPI dos
Cartões aprofunde ao máximo a apuração da gastança descontrolada e irresponsável dos principais personagens dessa farsa de governo que nos está sendo imposta.
LAIR BORTOLINI DE CASTRO BIAGINI
lairbiagini@terra.com.br
São Paulo
O feitiço virou contra o feiticeiro! Mais uma vez, uma trapalhada dos aloprados... Agora queremos ver todas as despesas dos casais presidenciais! Se um pode abrir,
o outro não só pode, como deve! Basta de dossiês forjados! Isso é ilegal e os culpados devem ser exemplarmente punidos.
PRISCILA SCATENA
priscilascatena@terra.com.br
São Paulo
O príncipe
FHC autoriza apuração de seus gastos e Arthur Virgílio pede que não digam não a um pedido de “sua majestade” FHC e esposa. Nosso ex-presidente não perdeu a arrogância no trato com o Parlamento (onde já se viu autorizar uma CPI?!) e seus asseclas mais empedernidos querem que a sua vontade tenha força de lei. É quase uma religião de fanáticos.Qual será a próxima? Vão endeusá-lo, pedir a sua canonização?
MARIANA DA PAZ
marinadapaz@hotmail.com
Belém (PA)
Cinzas do passado
Quando Lulla insinuou que na era FHC havia excesso de gastos, desvios e descontrole no uso dos cartões corporativos, não imaginou que as recentes palavras
do ex-presidente tucano - “Lula cospe no prato em que come” - se tornariam uma negra profecia. Fernando Henrique autorizou a quebra do sigilo de seus gastos com cartões corporativos e das chamadas contas B do governo federal no período em que esteve na Presidência. O que fará Lula agora? A esta altura ficaria mal Lula insistir na história de que a quebra de sigilo desses cartões ameaçaria a segurança nacional. Será que Lula nada tem a temer
e fará o mesmo que FHC, mostrando que não há nada de errado e abrindo seu sigilo e o de toda a sua família? A pergunta é: qual será o novo curinga que sairá do bolso do colete para evitar a quebra de sigilo de Lulla & família?
PAULO R. KHERLAKIAN
paulokherlakian@uol.com.br
São Paulo
Depois de FHC disponibilizar os gastos sigilosos de seus dois mandatos, o mínimo que o presidente Lula deveria fazer é adotar a mesma atitude de transparência! Caso não o faça, é porque não quer que toda a Nação descubra para onde vai tanto dinheiro. É a famosa falta de transparência do PT!!
Cumprimento o Estado pela excelente matéria sobre Os bons exemplos do ensino público (25/3, A1, A15 e A16) - Educação nos trilhos. O justo destaque concedido a Sete Barras (Uma cidade que faz, muito bem, a lição de casa) me anima a manifestar o meu orgulho e o de todo o Sistema Objetivo de Ensino por fazermos parte dessa experiência tão auspiciosa, fornecendo o material didático utilizado na rede escolar da cidade.
JOÃO CARLOS DI GENIO
São Paulo
J. Carlos
À matéria Dois livros para lembrar o ‘quase’ perfeito J. Carlos (25/3, D4) gostaria de acrescentar que esse brilhante cartunista e mais Luis Sá ajudaram Walt Disney a criar o Zé Carioca em 1940, quando da viagem de Disney ao Brasil como embaixador da Boa Vontade (fonte: A Magia do Império Disney, Editora Senac, 2007).
GINHA NADER
ginha@ginhanader.com.br
São Paulo
Vôo 455
Não são verdadeiras as informações publicadas na coluna de Lauro Jardim (Veja) a respeito da viagem da ministra Marta Suplicy, no vôo 455 da Air France, e reproduzidas pelo leitor sr. Antonio Milton Moraes no Fórum de 25/3 (Atitude correta). Marta Suplicy, como outros ministros de Estado, embarca e desembarca assistida pela Polícia Federal (PF). No vôo 455, como em todos os que tem feito como ministra de Estado, não fez solicitações quanto aos procedimentos e seguiu as orientações dos agentes da PF e da Infraero. Não houve nenhum problema no embarque, tampouco a ministra teve de desembarcar por suposta solicitação do comandante da aeronave. Gostaria ainda de registrar que a ministra e sua
Assessoria de Imprensa não foram procurados para checagem dessa informação, fantasiosa.
JOSÉ ROBERTO MELLO, assessor de Imprensa do Ministério do Turismo
jose.mello@turismo.gov.br
Brasília
A MAIOR VERGONHA DO POVO BRASILEIRO É TER CONFIADO NO PT DE LULA, HOJE ROUBANDO PUBLICAMENTE ATRAVÉS DOS CARTÕES CORPORATIVOS. QUEM NÃO ACREDITAR NESTAS MINHAS PALAVRAS ACESSE, POR FAVOR, O SITE: http://www.youtube.com/watch?v=kRiRKKO8HvU