(estas cartas representam a opinião de várias pessoas espalhadas pelo país. Têm, portanto grande importância nas tendências políticas do momento.
Agências e estatais
A notoriedade conseguida pelo sr. Haroldo Lima, presidente da ANP - presente na primeira página do Estadão de ontem e dos principais jornais do mundo -, demonstra, mais uma vez, quão desgastante e nocivo para o País é o domínio de uma facção ou de um partido sobre os objetivos do Estado e da população. Além de desprofissionalizar as estatais e loteá-las, o governo parece que se empenha em arrasar as nossas ainda frágeis instituições. As agências foram criadas, sobretudo, para assegurar aos consumidores e agentes privados que seus di reitos e deveres estariam acima dos interesses conjunturais e que as decisões de tais órgãos seriam pautadas por critérios eminentemente técnicos e isentos de manipulação política e/ou governamental. Aí vem esse senhor sem qualificação e contraria tudo isso, reafirmando sua subordinação ao governo. Por estas e outras é que o capital privado se distancia dos serviços monopolísticos de infra-estrutura, em especial os de longa maturação, cuja receita depende das decisões de entidades como essa. O fracasso da venda da Cesp é o exemplo mais recente. Está mais que na hora de o Congresso acordar. É imprescindível que agências e estatais tenham um estatuto próprio - como nos países do Primeiro Mundo -, de forma a
serem comandadas e controladas pelo Estado, pelo conjunto de suas forças, e não pelos governos.
NILSON OTÁVIO DE OLIVEIRA, , noo@uol.com.br
São Paulo
Mobilização popular
Embora as denúncias da farra dos cartões, dossiês e uso eleitoreiro do dinheiro público já estejam sendo superadas pela mais nova descoberta gigantesca da Petrobrás (só eu que reparei como a capacidade de descobertas da Petrobrás sempre cresce quando o governo se aperta?), ainda vale ressaltar o alento encontrado na mobilização dos estudantes de Brasília contra mais um achaque dos que se dizem servidores deste governo. Embora discorde da forma, já que invasão de qualquer tipo é sempre condenável, renova minhas esperanças ver que alguém se salva desta apatia que tomou conta
de nosso povo, cujo amor à Pátria continua sendo cantado da boca para fora, mas foi deixado para trás pelos ganhos financeiros e pela bolsa-esmola distribuída em troca de votos por esse Brasil afora. Fica, porém, a pergunta: e os outros, os ministros, secretários e abrigados do poder em geral que seguem se locupletando do nosso dinheiro? E o grande maestro desta mal escrita retreta, que todos sabemos aonde vai dar?
JOSÉ EDUARDO MALUF PEREIRA, , jeduardomp@gmail.com
Ribeirão Preto
Verba de gabinete
O presidente da Câmara dos Deputados, sr. Arlindo Chinaglia, que pertence ao partido que se arvora em arauto da ética e da moralidade, nos brinda com mais um gesto de fervor patriótico, ao promover o aumento de verba de gabinete para assessores dos parlamentares, de R$ 50 mil para R$ 60 mil mensais. Nós, contribuintes, que suportamos uma das cargas tributárias mais altas do mundo, ficamos eternamente agradecidos ao presidente da Câmara por mais esse gesto de extremado zelo com o nosso dinheiro e por essa significativa demonstração de respeito à coisa pública. Parabéns.
FRANCISCO ZARDETTO, , fzardetto@uol.com.br
São Paulo
Fiquei pasmo e estarrecido ao ler que os deputados terão mais verba para assessores! Já tenho 73 anos, sou aposentado e recebi 5% de reajuste no meu benefício. Por que essa discriminação com o povo deste país? Por que tanta discrepância entre uns e outros? Não somos todos brasileiros? O que leva este desastrado governo a proceder com tanto desrespeito por uns e com tanto respeito por outros? Não vejo mais perspectivas de melhora, os políticos vivem só para se favorecer, não existem mais cidadania, patriotismo, não existem mais aqueles homens que viviam para a Pátria. Agora a Pátria são seus parentes, asseclas e amigos. Que Deus nos proteja.
AGOSTINHO LOCCI, , alocci@itelefonica.com.br
São Paulo
A História é outra
Li, com surpresa, a matéria `RR é brasileira graças a índios` (13/4, A12), com a posição da `advogada especialista em direito socioambiental Ana Valéria Araújo`. Não quero entrar em questões referentes à advocacia, muito menos às `socioambientais` (seja lá o que isso quer dizer), mas não me posso omitir quanto ao absurdo histórico por trás das observações da colega - também sou advogado, mas não `especialista`, e sim doutor em História das Relações Internacionais, cuja tese de doutorado foi a questão da fronteira do Brasil com a então Guiana Inglesa (justamente onde se situa a reserva Raposa Serra do Sol). No texto ela diz que `Roraima, na verdade, é brasileira por causa dos índios` e, mais avante, após invocar a causa defendida por Joaquim Nabuco junto ao rei da Itália em 1904: `O que mais pesou foi a conversa com os índios, que atestaram que queriam ser e se consideravam brasileiros.` Com as vênias de estilo, devo dizer que tais declarações somente podem vir de quem nunca leu os 18 volumes que formam as três Memórias Brasileiras escritas e entregues por Joaquim Nabuco ao rei Vitório Emanuel III nos primeiros anos do século 20. Antes de mais nada, deve ser dito que o Brasil perdeu a demanda, ao contrário do que deixa entender a dra. Ana Valéria. Depois, o depoimento dos índios foi entregue pela Inglaterra, com todos eles se declarando ingleses - o território contestado havia sido `neutralizado` militarmente
na primeira metade do século 19, mas a Inglaterra possuía grande presença civil na área, e quando, depois de mais de 60 anos, a questão veio a ser julgada, os ingleses conseguiram declarações dos caciques macuxis (os índios da terra) se declarando súditos da Inglaterra. A resposta de Nabuco foi coletar declarações antigas, anteriores à ocupação inglesa na área (ou seja, antes de 1830), em que `viajantes` que haviam passado pela região declaravam que havia forte presença militar luso-brasileira na região do Lago Parima, no alto curso do Rio Rupunani, hoje pertencente à Guiana. Em verdade, Roraima é hoje brasileira graças a centenas de desbravadores lusitanos que adentraram aqueles inóspitos rios ao longo dos séculos 17, 18 e 19, cujos nomes foram ciosamente registrados pela burocracia portuguesa e resgatados por Joaquim Nabuco em suas Memórias Brasileiras. Em suma, estudando os documentos, vê-se claramente que Roraima é brasileira não obstante os índios, cujos pontos de vista não foram sequer considerados no laudo arbitral do rei da Itália, que dividiu a área, dando dois terços à Inglaterra e um terço ao Brasil (uma franca derrota para o País de que Joaquim Nabuco nunca se recuperou, pois nunca mais voltou a residir no Brasil). A autora perverteu a História.
JOSÉ THEODORO M. MENCK, josetheodoromenck@yahoo.com.br
Brasília
Brincando com fogo
Está havendo um grande esforço do Conselho Indigenista de Roraima e da diocese local pela retirada dos não-índios da Raposa Serra do Sol. Na matéria Índios preparam reação ao STF (14/4, A9) se lê a desfaçatez do sr. Dionito José de Souza: `Eu já estou cansado de pedir paciência a eles` (índios) - como se fosse verdade. Ele está mais para incentivador da desagregação do que para pacificador. Os brasileiros do Sudeste e do Sul precisam conhecer a verdade por trás dessa trama. Está em prática o plano do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), concebido em Genebra em 1989, que determina a política de fronteira para o Brasil e demais países amazônicos, hoje sendo executado na Amazônia brasileira - nas terras de nossas fronteiras que encobrem a maior riqueza de minérios nobres do mundo, com destaque para o forte indício de minérios radioativos, estratégicos para experiências espaciais e outras. Com a retirada dos não-índios da maior parte de Roraima sob o pretexto de se criar a nação indígena, os países interessados nesse projeto dominarão nosso território. Analisem uma grande coincidência que está ocorrendo: com esses conflitos as ONGs aumentaram nesse Estado, tropas da Holanda estão treinando guerra na selva do Suriname, os ingleses fazem o mesmo na Guiana e os EUA preparam o envio de viaturas especializadas em operações de selva, a fim de propiciar a esses países uma uniformidade em suas ações. Coincidentemente ou não, nosso presidente vetou o envio de mais tropas para guarnecer a Amazônia, plano elaborado pelo EMFA. Também há que considerar o perverso sucateamento das Forças Armadas. O nosso chefe supremo está ou não brincando com fogo?
A MAIOR VERGONHA DO POVO BRASILEIRO É TER CONFIADO NO PT DE LULA, HOJE ROUBANDO PUBLICAMENTE ATRAVÉS DOS CARTÕES CORPORATIVOS. QUEM NÃO ACREDITAR NESTAS MINHAS PALAVRAS ACESSE, POR FAVOR, O SITE: http://www.youtube.com/watch?v=kRiRKKO8HvU