Com imenso orgulho, apresento-lhes texto de minha filha mais velha, Roselise, mãe do Caio, meu neto.
CARTA À FUTURA MAMÃE
E descobriu-se a sementinha! Susto! O que fazer? Revisão de uma vida, mudança de papéis. A quem devo contar?
Passado o susto inicial, voltamos nossa atenção de uma forma muito especial para nosso corpo. Como ficaremos frente ao espelho?
Apesar de ser vivida em família, gravidez é algo muito particular – só quem está sabe como é!-. E esse corpo, à medida que muda, faz-nos sentir especiais. É um estado de graça. Toda grávida, mesmo em secreto, sabe que está feliz.
Assumir, ou melhor, entender isso, entretanto é um processo longo, de nove meses, que oscila da profunda alegria à dúvida do que realmente queremos. Lembro-me de estar, em alguns momentos, profundamente em paz. Em outros, chorava sem saber por quê.
De repente o primeiro sinal! Um movimento discreto dentro da gente. Euforia! E depois disso, nossa vida é esperar pelos próximos “chutes”. E nosso corpo, repentinamente, ganha “vida”. Tudo muda. Giros, cambalhotas, conversas, cantigas... Como será?
E a barriga aumenta junto à curiosidade. E ao segredo da novidade que está por vir. Já sabemos, nesse momento, que perdemos o controle da situação. A vida acontece independente da nossa vontade. E qual será?
A realidade divide espaço com o então ainda irreal e tudo se mistura em bonita sinfonia.
Então a contração começa. Chegou a hora! O bebê realmente vem! E esse dia passa rápido. E ao mesmo tempo muito intenso. Você vive tudo meio que sem acreditar. Medo, desejo, tudo junto.
E nasce. Vem de dentro de nós. Curioso, ansioso, desejoso, tudo junto.
E no momento em que a enfermeira encosta esse rostinho no seu, você sabe que terá, para sempre, a tatuagem indelével da vida em você!