(estas cartas representam a opinião de várias pessoas espalhadas pelo país. Têm, portanto grande importância nas tendências políticas do momento.
Chegou! E agora?
Como previsto, o grau de investimento chegou bem antes do que muita gente previa. E agora? O que será do dólar? Haverá enxurrada de investimentos? E se houver, o que fazer com tantas reservas? Será que vamos ficar como aquele pequeno país que declarou guerra a uma potência e esta se rendeu para não lhe fazer mal? E nossa balança comercial, como vai lidar com o dólar em queda? Afinal, os experts já diziam há algum tempo que com o dólar abaixo de R$ 1,90 seria o caos. Mas parece que vamos rumo a R$ 1,50. O gigante vai acordar ou se embebedar de vez? Que paúra!
O anúncio de que o Brasil atingiu o grau de investimento é muito importante para nosso crescimento sustentado, já que a perspectiva é de um fluxo espetacular de investimentos que fortalecerá e dinamizará nosso desenvolvimento econômico. O impacto na economia real poderá ser sentido nos juros, por exemplo. Com a alta do investimento no País, os juros cobrados tanto de empresas como das pessoas podem cair. E, com o crédito mais barato, o investimento na produção tende a subir, estimulando o crescimento como um todo. A causa principal da conquista do grau de investimento foi a continuidade da política econômica, num processo iniciado com o Plano Real, a mudança do câmbio flutuante, o controle da inflação e a responsabilidade fiscal, mantidos corretamente pelo governo Lula. Mas o Brasil precisa atuar de forma a convencer os investidores de que o País é uma boa opção, e isso inclui resolver os gargalos que impedem um crescimento ainda maior da economia. A elevação vem também com um alerta: o governo gasta demais, o investimento do setor público ainda é pequeno e há rigidez orçamentária. No longo prazo, o reflexo da melhora na classificação de risco é um crescimento sustentado, com avanço de emprego e renda.
MURILO AUGUSTO DE MEDEIROS
murilo.medeiros52@gmail.com
Gaurá II (DF)
Upgrade
Aos derrotistas: leiam no caderno de Economia de ontem a quem duas das maiores publicações americanas - The Wall Street Journal e Washington Post - atribuem ser o “divisor de águas” nessa fantástica conquista. É para refletir...
VITAL FERREIRA
dulceevital@superig.com.br
Santos
Sinceramente... Dar grau de investimento a um país que tem as contas externas deficitárias, uma dívida interna monstruosa e impagável e não providencia as reformas trabalhista, tributária, previdenciária, etc., tão necessárias para realmente fazer jus a esse imerecido patamar... Até parece que os responsáveis pela Standard & Poor’s também já foram contaminados pela farsa ilusionista lulista.
SERGIO DIAMANTY LOBO
diamanty@terra.com.br
São Paulo
Esperar sentados
A notícia é que o Brasil foi alçado ao grau BBB- de investimento, atestando a segurança para o investidor estrangeiro “no que diz respeito à capacidade de o governo honrar o pagamento dos títulos que emite” (1.º/5, B1). Acho que esqueceram de colocar na conta os títulos judiciais já vencidos e não pagos (também chamados precatórios), com atrasos de mais de dez anos no País inteiro. Só no Estado de São Paulo a dívida já chega a algo em torno de R$ 15 bilhões, com milhares de credores a ver navios. Avisem os gringos de que, se um dia eles precisarem cobrar judicialmente os seus títulos, vão ter de esperar sentados.
REYNALDO SANGIOVANNI COLLESI
reynaldocollesi@hotmail.com
São Paulo
Grau de investimento significa que grandes investidores internacionais vêem o Brasil como risco baixo de calote. A aprovação da PEC 12, conhecida como a PEC do calote dos precatórios, seria um tiro fulminante no pé do País. Se o governo e sua base parlamentar de apoio tiverem juízo, a PEC 12 será arquivada imediatamente e novos mecanismos serão desenvolvidos para liquidação das dívidas judiciais públicas. Compensação tributária, securitização da dívida ativa, criação de fundos de investimento com precatórios, pagamento de contribuições para aposentadoria e casa própria com precatórios alimentares são algumas ferramentas disponíveis. O calote implorado por prefeitos e governadores não tem mais lugar.
FLAVIO BRANDO
flaviobrando@uol.com.br
São Paulo
Previdência
Ao discursar no Fórum dos Governadores do Nordeste (30/4), Lula afirmou, em face da promoção do Brasil ao grau de investimento BBB: “Não resta mais dúvida de que agora o Brasil é um país sério.” Isso dito, só resta agora aos aposentados pelo INSS esperar que seus proventos mereçam também, com seriedade, a devida reposição, e com urgência AAA.
PAULO BUSKO
paulobusko@terra.com.br
São Paulo
Marinho ataca projeto que muda Previdência (19/4, B13). É só alguém levantar uma bandeira a favor dos aposentados do INSS para receber imediatamente a velha choradeira e a costumeira negativa, verba não prevista no Orçamento e outras mil desculpas. O ministro Luiz Marinho quer saber de onde virá a receita para honrar esses projetos: da mesma fonte de onde recebem os Ministérios, o Senado, os deputados, o presidente da República, o aumento dado aos militares, os cartões corporativos e outras infinidades. Sr. ministro, o que se passa na cabeça dos senadores é a tentativa de dar uma vida mais digna aos aposentados do INSS, devolvendo os direitos que lhes foram tomados.
LARCIDES JOÃO VADA
São Paulo
Interferência prejudicial
A população brasileira, e a classe artística em especial, têm sido informadas nos últimos dias de uma iniciativa surpreendente: não contente em negligenciar suas responsabilidades com a educação, a cultura e o autêntico desenvolvimento social do País, o governo federal, por meio dos Ministérios da Educação e do Trabalho, prepara um golpe mortal contra uma das iniciativas de maior sucesso nessas áreas. Refiro-me à proposta de intervenção na estrutura e no funcionamento das entidades que compõem o chamado Sistema S, criadas e mantidas pelo empresariado com seus próprios recursos, desde os anos 1940. Trata-se de intervenção inesperada, retrógrada e autoritária. Prenuncia, na realidade, um processo de estatização de entidades que, a exemplo do Sesc de São Paulo, cumprem a função de preencher lacunas deixadas pela incapacidade do poder público. O Estado, no Brasil, é reconhecidamente inepto na promoção de melhores padrões de vida de nossa sociedade, carente de elevação intelectual tanto quanto de recursos de subsistência. A transformação do Sesc e de entidades semelhantes em mais um conjunto de repartições públicas levará, pela mutilação de seus recursos e autonomia, à destituição de um trabalho primoroso, que, em vez de ataques absurdos, merece incentivo e emulação.
BEATRIZ SEGALL
São Paulo
Hora da verdade
Dona Martaxa veio fazer turismo e campanha em São Paulo, na festa do Dia do Trabalho. Não conseguiu relaxar e gozar, levou vaia. Esqueceu que trabalhador paulista não vive de Bolsa-Família...
ANGELA CARACIK
angelacaracik@terra.com.br
São Paulo
Serra x Alckmin
Reafirmo as convicções que me foram atribuídas pela colunista Sonia Racy (Me dê motivo, 2/5, D2). Elas justificam a candidatura própria do PSDB em São Paulo e o nome do ex-governador Geraldo Alckmin como candidato, cuja única “teimosia”, a meu ver, é manter-se fiel aos princípios de seu partido e respeitar a vontade das bases. Não sei, porém, a quem ou a que debitar a afirmação gratuita e unilateral de que sinto “ojeriza” ao governador José Serra. Ao contrário, nutro por ele um grande respeito como homem público e admiração por sua determinação pessoal, ainda que, em questões intrapartidárias, discordemos sobre a estratégia política e eleitoral mais adequada no momento.
SILVIO TORRES
São Paulo
N. da R. - São mais que conhecidas, nos meios políticos, as avaliações que fazem, uns dos outros, os grupos ligados ao governador José Serra e ao candidato Geraldo Alckmin.
A MAIOR VERGONHA DO POVO BRASILEIRO É TER CONFIADO NO PT DE LULA, HOJE ROUBANDO PUBLICAMENTE ATRAVÉS DOS CARTÕES CORPORATIVOS. QUEM NÃO ACREDITAR NESTAS MINHAS PALAVRAS ACESSE, POR FAVOR, O SITE: http://www.youtube.com/watch?v=kRiRKKO8HvU