(estas cartas representam a opinião de várias pessoas espalhadas pelo país. Têm, portanto grande importância nas tendências políticas do momento).
O 23 de Maio
A propósito da crise moral que nosso país vem atravessando nos últimos tempos, nada mais oportuno do que relembrarmos a data de 23 de maio de 1932, não apenas para servir de exemplo às novas gerações, como também para ressaltar o patriotismo dos jovens Miragaia, Martins, Drausio e Camargo (daí a sigla MMDC), que foram mortos quando clamavam por liberdade, no justo objetivo de restauração dos direitos constitucionais em nosso país, promessa esta não cumprida por Getúlio Vargas quando assumiu o governo em 1930. Com a morte desses quatro jovens, eclodiu em 9 de julho de 1932 a Revolução Constitucionalista, que foi a maior luta armada que o Brasil teve em todos os tempos, em prol de uma Constituinte. Até hoje ela simboliza a grandeza, o brio e a dignidade de um povo que tem sede de liberdade e justiça!
PEDRO PAULO PENNA TRINDADE
pptrindade@ig.com.br
São Paulo
Olha o bode aí, gente!
É muito interessante. Basta haver a ameaça de novo escândalo no governo do PT (agora é o “caso dossiê”) que logo surgem notícias para distrair nossa atenção. Há alguns meses tivemos a descoberta de nova reserva de petróleo - festas, bolsa e popularidade em alta, etc. -, coincidindo com o escândalo dos cartões corporativos. Agora temos a criação de uma nova CPMF e com isso a oposição - que já não é lá essas coisas - corre o sério risco de deixar o novo escândalo passar para se ocupar dessa novidade. E la nave và...
JOSÉ FRANCISCO D’ANNIBALE
dannibale@uol.com.br
São Paulo
Dossiê para otários
Só os inocentes de pai e mãe crêem em alguma penalidade para o funcionário da Casa Civil do governo Burla acusado de vazar para a mídia o dossiê anti-FHC. Se fosse um Zé Mané qualquer, acabaria na cadeia, mas a peixe grande não faltarão doutores em Direito para evitar que isso aconteça, principalmente com uma legislação mais furada que peneira como a nossa. E isso ficou provado em 2005, com o escândalo do mensalão, e até agora nenhum dos envolvidos foi - nem será - preso. Mas fica a pergunta que interessa: por que e quem mandou fazer tal dossiê? Quais as vantagens do vazador em posar de bom cabrito e não berrar, assumindo sozinho toda a culpa?
LAÉRCIO ZANINI
arsene@uol.com.br
Garça
Culpados
‘A culpa é de quem compra e de quem vende’, diz Lula (21/5, B1). Sórdidos dossiês para encobrir a corrupção, propaganda maciça para enganar os incautos, mensalões, mensalinhos, escândalos após escândalos. Realmente, o homem está certo: a culpa é daqueles que o colocaram lá.
MARCOS JOSÉ DE FREITAS E SILVA
marcosjfreitas@uol.com.br
São Paulo
Catanduva
Futebol
Gostaria de saber qual será a desculpa que a arrogante diretoria do São Paulo vai arrumar para a justíssima eliminação do time da Taça Libertadores. Foi problema do gás? Ou terá sido a falta do árbitro Paulo César de Oliveira e sua assistente para validar gol com a mão? Parabéns, Fluminense!
ARTUR ARMANDO INTASCHI
leneart@itelefonica.com.br
Ubatuba
Hidrelétricas do Brasil
Muito oportuno o debate sobre as novas e futuras usinas hidrelétricas do Brasil, suscitado por Renée Pereira no Estadão de 18/5. O País não se pode dispensar de ampliar a produção de energia, principalmente a elétrica, sob pena de comprometer o seu desenvolvimento. Resolver isso queimando combustíveis, salvo em casos excepcionais, é um contra-senso, diante da escassez e do custo crescentes do petróleo; resolver com usinas hidrelétricas impõe acurado estudo ambiental. Quando se fala em termoeletricidade, está-se falando de uma fonte de eletricidade produzida com muito baixo rendimento energético (a maior parte do combustível queimado se transforma em poluentes), exigindo ainda o transporte - em geral, por caminhões - desse combustível para a termoelétrica. Imaginar usinas térmicas alimentadas por gás, através de gasodutos, elimina uma das vantagens dessas geradoras, que é poderem se instalar perto dos centros de consumo. O desequilíbrio ambiental causado pelas hidrelétricas é seguramente muito menor e, dentro de certos limites, minimizável, como têm mostrado os novos projetos na Amazônia. Mas à produção dessas usinas se associam várias outras vantagens: o alto rendimento energético, de que dependemos para o futuro, a capacidade de desenvolver a produtividade agrícola da região, o controle das cheias, a irrigação, o lazer, a navegação fluvial, o saneamento regional. É importante que as soluções cotejadas levem em conta os custos e os benefícios indiretos, hoje tratados como “externalidades”, como se constituíssem matéria à parte. Meio que indignada com os conceitos correntes de externalidades, Hazel Henderson diz, em Mercado Ético, que os custos externos nada mais são que custos internos dos processos que, espertamente, as empresas jogam para a sociedade e/ou para as gerações futuras. Assim é no transporte, em que as “externalidades” dos caminhões (poluição, calor atmosférico, consumo excessivo de energia, acidentes, etc.) são jogadas para a comunidade, reduzindo-se à metade ou até menos o frete que deveria ser cobrado. Com isso, esse modo de transporte se mostra aparentemente competitivo com os demais, a ponto de ser responsável hoje por 93% das cargas no Estado de São Paulo, levando à estagnação ou à destruição os 2.500 km de rios já navegáveis e 5 mil km de ferrovia que o Estado possui. Energia termoelétrica reúne inconvenientes ambientais próprios com outros “externos”, como o transporte rodoviário dos combustíveis; as hidrelétricas, além de não terem nenhum dos inconvenientes ambientais do processo termoelétrico, propiciam a substituição progressiva do transporte por caminhões por deslocamentos hidroviários, de baixo custo, elevado rendimento e praticamente nenhum inconveniente ambiental. Parece ser um caso especial a termoeletricidade oriunda da produção de álcool e açúcar. Além de não demandar transporte da matéria-prima (bagaço da cana), a produção da termoeletricidade se faz, muitas vezes, perto das redes de transmissão elétrica. Por outro lado, o pico de produção do bagaço coincide com o período das secas, quando os reservatórios estão mais baixos. Esse é, aliás, um benefício que a produção de álcool e açúcar já absorve, com a irrigação dos canaviais com a água proveniente deles próprios, em tempo de seca. Olhar o conjunto dos inconvenientes e benefícios em qualquer implantação de infra-estrutura é indispensável. As compensações ambientais, como lembra o professor José Goldemberg na matéria citada, podem ser a chave do processo decisório.
ADRIANO MURGEL BRANCO,
engenheiro, ex-secretário de Estado dos Transportes (governo Montoro), ex-diretor de trólebus da CMTC (governo Setúbal)
ambranco@uol.com.br
São Paulo
Planetário do Carmo
Sobre a matéria Após um ano, Planetário do Carmo segue sem obras (17/5), a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) informa que a licitação para contratar a obra de recuperação do prédio será feita em junho - e a obra deverá ser iniciada em 45 dias após a licitação. O Planetário do Carmo será reaberto até o final de 2008. Quanto às tratativas com a Telefônica, a SVMA tinha por obrigação insistir para que a empresa assumisse os custos da reforma, já que os problemas mais graves são, de fato, estruturais, e não de manutenção. Uma obra, após entregue, tem prazo de seguro de cinco anos, período durante o qual seu executor tem a responsabilidade de sanar problemas, informação que foi passada ao jornalista. O planetário foi aberto em 2005. Como a Telefônica, responsável pela contratação da construtora que executou a obra, se tem recusado a assumir a reforma, a SVMA fará a recuperação e enviará a conta à empresa. O nome do chefe de gabinete da secretaria é Hélio Neves, e não Hélio Fernandes, como consta na matéria.
MÔNICA RIBEIRO,
assessora de Comunicação da SVMA
mocribeiro@prefeitura.sp.gov.br
São Paulo
N. da R. - O chefe de gabinete da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, Hélio Neves (cujo nome foi mesmo grafado errado), não confirmou em entrevista ao Estado datas para o início da licitação para reforma do planetário nem para o início das obras.
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