Ouvir um adeus. Sentir que já não se é tão importante quanto se supunha ser.
Ver sonhos se desmoronando. Não perceber o chão, quando se pisa. Não ouvir mais a alegria dos pássaros quando cantam. Olhar a flor e descobrir que o nosso coração já não sente a vida que ela confirma existir. Ver, na água da chuva, apenas lágrimas.
O coração fica apertadinho, parece doer. O passado tão recente escapa-nos dos pensamentos como se já estivesse longínquo. O corpo se torna inerte, desfalecido. A alma caminha pra fora do nosso ser, como se a fuga pudesse trazer uma solução.
Os sons externos se tornam distantes. A voz embarga. O choro não dá trégua. Os soluços que não conseguem se exteriorizar formam um nó no peito.
O conjunto dessas sensações e sentimentos tomam contam de todo o ser. Dão a impressão de que nunca terminarão.
O tempo passa, a dor aumenta. A saudade não tem fim. A necessidade de gritar, chamar, ouvir, sentir, se impõe na mente.
Vontade de correr. De alcançar. De implorar. De esquecer a mais triste das palavras: adeus.
Desejo de se entregar, de voltar no tempo, de recomeçar, de perdoar e pedir perdão.
Ânsia de abraçar, de olhar nos olhos, de sentir o corpo, sentir vida, calor, corações acelerados, energia renovada, força.