Namorar... o que pode ser mais gostoso do que namorar?
Sentir o coração enamorado, acelerado, repleto de alegria, de ansiedade, de esperanças.
Sentir o corpo trêmulo a um simples toque, à aproximação, ao receber uma carta, um bilhete, um e-mail, uma mensagem em qualquer dos programas da internet, ao ouvir o telefone tocando e ai ver o número no nosso aparelho.
Sentir a respiração mais ofegante, a voz rouca que sai quase em sussurro ou tremida.
Sentir as pernas perderem o equilíbrio, as mãos suadas.
Sentir vontade de se arrumar melhor, usar roupas bonitas e atraentes que agradem ao parceiro.
Cuidar mais dos cabelos, usar o perfume que o embriaga.
Escrever ou dizer versos, ainda que não sejam da própria autoria.
Passear de mãos dadas ou abraçadinhos, caminhar displicentemente num parque, num bosque, numa praia. Tomar sorvete juntos, um uísque, um lanche, um doce ou um café.
Ir ao cinema, ao teatro, a um restaurante. Fazer um passeio de barco, carro, avião ou a pé.
Fazer planos para o futuro, viver intensamente o presente.
Deitar-se e demorar para dormir, recordando os acontecimentos do dia, o carinho recebido, a dedicação doada espontaneamente, as palavras doces ouvidas, o corpo abraçado, a boca beijada, os projetos que envolvem ambos.
Sonhar dormindo e acordado, sentir a presença, mesmo quando a distância física se impõe.
Poder deitar e rolar na grama, na chuva, na cama, no chão.
Esquecer a idade. Não importa se se vive a juventude ou a velhice. O que importa é a jovialidade existente dentro do coração, despertada cada vez mais pelos sentimentos do amor.
Sentir o corpo entregar-se, gradativamente ou com volúpia, eliminando limites e tabus.
Sentir a realização e a felicidade de amar e saber-se amado.
Não importa se tudo começou hoje, ontem, ou há anos.
Não importa se haverá mesmo um futuro mediato ou se houve um passado.
Importa, somente, este exato momento, em que namorar é o ato mais sublime, mais inocente, mais doce que podemos viver. Não importa se estamos a poucos centímetros ou a muitos quilômetros de distância.
Tampouco importa se somos ricos ou pobres, se podemos ou não dar um presente especial, se podemos pelo menos ouvir a voz que adoramos por telefone, enviarmos uma carta, abraçarmos com todo carinho que sentimos vontade, o corpo de quem amamos.
Importam, sim, são os nossos sonhos, os nossos sentimentos, a ternura, a meiguice que existe dentro de nós quando nossos pensamentos se elevam a quem namoramos ou desejamos namorar.
Importa, sim, este exato momento, em que o amor aflora com mais sensibilidade em nossa pele, pelo simples fato de sabermos o quanto é bom namorar, ainda que em pensamentos, o ser responsável por todo nosso amor.