O que o governo brasileiro e o STF produziram em matéria de legislações sobre nossas terras e nossas riquezas nestes três últimos dias, escandalizam os que conhecem a História e seguem os fatos, que sucedem-se em seqüência alucinada. Acompanhei pela TV Senado a votação sobre a demarcação do espaço da região de Raposa Serra do Sol, onde índios e rizicultores aguardavam decisão do STF. É sabido, através de entrevistas de geólogos e antropólogos que a área é grade demais para cerca dos 19 mil índios que lá moram. Se Roraima possui 224,2 mil quilômetros quadrados e 391,3 mil habitantes, o que equivale a 0,57 quilômetro quadrado para cada habitante, na terra indígena, a proporção é de 1,17 quilômetro quadrado por habitante! Vi fotos de índios da região com laptops, celulares, relógios de marca e jóias de ouro e antevejo a repetição do que ocorreu no Brasil Colônia, quando, por uns cacos de espelho, os então inocentes indígenas permitiam que os portugueses seguissem para o interior e levassem as riquezas do País. Agora, a troca é diferente, não falando das mais de cem ONGs estrangeiras que trabalham tanto para seus países de origem como para o governo brasileiro, que não se importa, através do STF, com as riquezas no subsolo daquela região, as maiores reservas mundiais de minerais preciosos e estratégicos , como ouro, diamante, entre outros, e nióbio, do qual o Brasil é detentor de 98% das reservas mundiais, de extrema importância para a indústria aeronáutica e aeroespacial, entre outras. E os sete arrozeiros, com suas famílias, que ali estão há anos e respondem por 60% da produção de arroz de Roraima receberam, do Ministro Marco Aurélio a enorme gentileza de deixarem a "reserva" por mais quatro meses. E sem qualquer indenização! Como o governo acha pouco tudo o que tem feito com relação a nossa terra, nossa gente, nossa mata, assinou ontem um decreto alterando o regulamento do Código Florestal Brasileiro, promulgado em julho deste ano, adiando por um ano o prazo para o agricultor (em todo o país) que não estava cumprindo a legislação ambiental "acertar sua situação no que se refere à reserva legal", suspendendo pelo mesmo prazo a cobrança de multas relativas á ocupação da área de preservação permanente localizada no interior de rural, ou seja, a área da mata que deve ser mantida protegida, o que foi festejado pelos ruralistas. Com mais esta medida, sobra apenas 20% do território para produção, segundo estimativa do deputado Valdir Colatto(PMDB-SC). Onde está o Ministro Carlos Minc? Onde andam os congressistas que aprovaram tal medida?
Maria Cecilia Gouvêa Waechter
Rio de Janeiro
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UMA RAPOSA SÓ É POUCO!
Graças ao STF, Tupã deve estar mesmo muito feliz! Tupã e a Fundação norte americana Ford, `defensora` de índios que não são mais índios, todos portando celular, Rolex no pulso, tênis Nike, alguns com laptop e outros dirigindo jipes tipo Land-Rover (hum...) e que é claro, não estão mesmo nem um pouquinho interessados em explorar as baitas riquezas do subsolo roraimense, e tudo isto na forma de (pasmem!) mais de cem mil ONGs estrangeiras atuando na Amazônia afora uma padraiada de batina vermelha que mais faz comício que missa e aqui refiro-me ao CIMI- Conselho Indiginesta Missionário desta estranha Igreja Católica brasileira!! Viva o STF e os seus sábios que na verdade enfiaram é uma raposa no galinheiro. E que se danem os brasileiros honestos que trinta e cinco anos atras desbravaram uma selva e que cometeram o supremo pecado de, trabalhando (um acinte!), produzirem algo absolutamente dispensável, frívolo e inútil...comida (mas aonde já se viu?) !! Mas de parabéns mesmo estão é os militares do Brasil, engomadinhos e perfiladinhos em seu `silencio obsequioso`, todos quietinhos e empertigadinhos em nome da "hierarquia e disciplina" e cuja eloqüência muda ultrapassa um certo juramento de `defender a Pátria`!! Com militares e juízes assim não temos mesmo o que temer! Porteira aberta, que venham os outros predadores, afinal, uma `Raposa` só é pouco!