Você é ainda uma das coisas mais gratas que me toca e impulsiona viver.
Lendo a sua atenciosa e gentil carta, de hoje, devo confessar que essa cidade (suas paisagens e muitos de seus habitantes!) deixaram-me saudades mil.
Quando parti, supunha que estava deixando algo para trás. Mas o quê? Perguntava-me e não tinha resposta clara. Permaneciam a dúvida e o sentimento de que algo ficava.
Enfim, leva-se um bom tempo para descobrir o que nos leva o tempo. Entretanto, descobre-se. E o mais importante é ter ciência do que estava quase adormecido.
Ele talvez levou-me algumas coisas; porém, não conseguiu apagar a imagem indelével que tenho de você e das coisa puras e sinceras que vivemos juntos.
Escreva sempre. Pode crer: faz-me muito bem! Fique com Deus! Até breve!
No momento, que, sem dúvida, foi muito feliz, relembro estes versos:
"O amor é essa força incontida,
desarruma a cama e a vida,
Fere-nos, maltrata e seduz.
É feito uma estrela cadente
que risca o caminho da gente,
enche-nos de força e de luz."