A morte de Sérgio Naya, em hotel na Baia, segundo notícias, foi por enfarto.
Ele foi acusado pelo desabamento do Edif. Palace II, na Barra. Contudo, o fato é que Sérgio Naya realmente não foi culpado. O desmoronamento se deveu a um erro de cálculo da estrutura, que havia sido confiado a um calculista contratado.
Na ocasião o acusaram de colocar areia de praia no concreto, para baratear a obra.
Enorme imbecilidade e mentira. Qualquer um que tenha conhecimento de construções sabe que a concretagem de prédios é feita com material comprado de uma firma de concreto que o entrega na obra, em betoneiras móveis enormes.
E estas firmas sempre tiram corpos de prova para verificar as características do material empregado.
Isto foi feito até na obra da minha casa, em Curitiba, que entreguei a uma construtora. No dia da concretagem, previamente marcado, chegou um caminhão betoneira que bombeou o concreto, sob pressão, por tubulações até o local devido. E antes de saírem, tiram corpos de prova, que depois são testados, para provar que o material atende as especificações.
Dai ele ter sido absolvido.
A onda que fizeram é porque havia sido aliado dos militares, dai o chamarem de filhote da ditadura.
Contudo, o desmoronamento poderia ter sido evitado se o síndico, logo que tomou conhecimento das rachaduras, tivesse chamado uma empresa especializada e agido, ao invés de ficar esperando que a empresa do Naya providenciasse o reforço. Tanto que o Palace I não caiu.
Eu tive um apartamento em prédio da Selva de Pedra que esteve com a estrutura comprometida e com rachaduras crescentes. O síndico chamou uma firma que imediatamente lançou estacas de reforço, tendo o prédio se firmado. Tentamos cobrar da João Fortes, que fez corpo mole. E como João Fortes era amigo do Figueiredo e do Délio, o síndico, que era militar, jogou a despesa sobre o condomínio e não reclamou.
Ficamos com o prejuízo, mas o prédio ficou seguro.