ABORTO E DIREITOS HUMANOS
No debate promovido pelo Estadão publicado no caderno Aliás do último domingo, entre a antropóloga Débora Diniz e o sociólogo Francisco Borba Ribeiro Neto, levantou-se inicialmente a seguinte questão: “O que está em jogo quando a mulher conclui – não importa o motivo – que não quer dar a luz o filho que espera? Pecado, crime, direito, liberdade?”. Na realidade estão em jogo todas estas questões. Porém, antes de tudo, esta é uma questão de direitos humanos. Cito aqui um texto do grande cientista Jérome Legeune, fundador da Genética Moderna: “A vida começa no momento em que toda a informação necessária e suficiente se encontra reunida para definir o novo ser. Portanto, ela começa exatamente no momento em que toda a informação trazida pelo espermatozoide é reunida a informação trazida pelo óvulo. Desde a penetração do espermatozoide, se encontra realizado um novo ser, não um homem teórico, mas já aquele que mais tarde chamarão Pedro, Paulo ou Madalena”. Assim, segundo Jérome Legeune, autoridade no assunto, a ciência já concluiu quando começa a vida humana. E, se tratamos de uma vida humana, no caso o embrião, tratamos de direitos humanos. O estado laico tem o dever de defender os direitos humanos da mãe e do filho que espera. Cada caso deve ser considerado particularmente, mas não podemos passar por cima do direito a vida do mais frágil.
Maria Amélia da Palma Camargo (São Paulo-SP).
Fonte: O ESTADO DE S. PAULO/Fórum dos Leitores – On line, Quinta-feira, 19/03/2009.
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“Fora da VERDADE não existe CARIDADE nem, muito menos, SALVAÇÃO!”
LUIZ ROBERTO TURATTI.