Estava no canto de um quarto
acoada e sem perspectiva
pisa em falso
sente seu chão diferente
pressiona com mais avidez
louca q estava por uma saída
cacarecos e água a fazerem barulho
na mente a projeção daquilo q seria seu óbvio...
lama, esgoto, fossa?
mas não.
Suas pupilas tomam maior diâmetro
o odor fétido q exalaria em seu pensamento
dá lugar a mais perfeita sensação olfativa
o escuro musgo que permeava sua idéia projetada
dá lugar à limpidez e transparência das águas
de um estranho rio
que se encontrava
abaixo de seus pés
portanto abaixo de sua cabeça,
imperceptível para seus olhos,
mas que sempre existira.
Segundos de confusão onírica
contato úmido da água em seu corpo
se vê liberta
se vê
e sai
e nada
nada para algum lugar
algum local outrora não imaginado
e nada
e tudo
ao mesmo tempo
busca outros sítios
encontra-os
e nada
e sai
nessa volta constante a seu ser
sendo alguém que nunca foi
mas sabe que será
será mais...
e busca
e procura
e encontra
e sai
e nada.
Eliezer Luna Alencar Feitosa
eliezerfeitosa@yahoo.com.br
Setembro de 2006
Em Recife.