Na fria manhã do final de maio a cidade parece tudo menos ela mesma. Não há sol nem se pode ver o azul. Uma cortina de chuva cai e escorre pelas coxias, aumentando a sujeira das ruas. Os caros passam e espalham água suja e barrenta.
Os transeuntes, guarda-chuva em punho, procuram abrigar-se da chuva e do vento.
Nós então, acostumados ao sol, deixamo-nos envolver pela paisagem gris, pela falta de perspectiva, pelo tempo chuvoso que é um convite irresistível ao ócio.
Mas, há coisas por fazer, há obrigações a cumprir, há vida a seguir pelos trilhos da rotina, pela disciplina que nos imposta pelas regras do bem viver.