Olá, você, que pouco me conheceu e tanto bem me fez, estou pedindo seu perdão.
Sou aquela que estimulou seus desejos pelas vias virtuais, atiçou seus sentidos com promessas nas entrelinhas, e de repente transformou-se em vácuo.
Estive presente em seus dias e em seus sonhos, sou culpada porque cativei e não soube o que fazer com o que havia despertado.
Fui longe demais em minha pretensão de encontrar emoções sem compromisso. O maior compromisso é com nossa consciência, e estou em dívida com a minha.
Você não era inocente, mas merecia um tempo a mais, uma palavra, uma despedida.
Tivemos nossa manhã de amor, curta e tão sem sentido, ficou assim meio deslocada em nossa história, quase nada temos a falar dela.
Se tenho um consolo a dar, é dizer que não foi nem será o único a quem envolverei em minhas teias.
Mas será para sempre o único de quem eu, musa embevecida , recebi os mais belos presentes: seus poemas.
Um grande beijo
Ana Clara