Mãos que antes de iniciar um discurso,
passeiam nervosamente entre os bolsos,
estendem-se sobre a tribuna
ou foleiam ligera e habilmente o livro e as anotações,
e iniciam um discurso, e calmamente, dão
vibração e movimento, e sentido à história,
contada através dos tempos.
Essas mãos seguram à vida, que hà pouco veio ao mundo,
e amparadas em seu colo, são apresentadas ao supremo,
onde em súplice oração, todos clamam por proteção.
Mas, essas mãos também trazem a benção na despedida da vida
e levam o abraço de consolo aos que ficam.
Mãos que recebem outras mãos, e auxiliam, sugerem, aconselham,
e postas suplicam por todos nós.
Mãos que tocam com carinho uma cabeça já branca,
trazendo ao seu peito e beijando a face, demonstra carinho e
afeição, saciando o afeto que às vezes falta.
Essas mãos mergulham em agua o corpo de vivia na escuridão,
e lhes dá clara visão de uma vida de paz e abundância em amor e fraternidade.
Mãos que cuidam da família, lhes dando carinho e amor,
dirigindo, ajudando nos deveres da escola,
segurando no colo em tempos difíceis, preparando almoço,
lavando uma louça, jogando fora o lixo, mas,
acima de todos os afazeres, são mãos que dão carinho necessário à formação.
Mãos que tem uma missão, as vezes doce, outras amargas,
as vezes leve, outras pesadas, muitas vezes com amor em meio a dor.
Essas mãos, tão especiais, tão envolvidas em tantas coisas,
em particular um dia me amaram, me descobriram e me sentiram
por dentro. Tocaram meus cabelos, afastando-os do rosto e beijando minha testa.
Foram essas mãos que escreveram versos de amor e palavras de ternura.
Essas mãos fortes e macias, num leve toque me encheram de alegria.
Mãos que te trouxeram ao meu encontro das quais não esquecerei, jamais.
Essas mãos, que hoje longe, reduzem-se a breve aceno, foram mãos que juraram amor.
Essas mãos, de mim tiradas à força,
consola o pranto de tantos, mas não consolam meu pranto.
Não seguram minhas mãos em meia a esta tempestade de sentimentos tumultuados.
Não enxugam minhas lagrimas e não estão comigo em meus momentos de dor,
não me cobrem com um abraço terno e consolador.
Mas estas são as mãos, as mãos do meu amor.