Julgava eu, que a poesia me traria,
a felicidade que se encontra em seu escrever.
Jamais lembrei aquelas horas de agonia,
que nos permite a infelicidade descrever.
Venham, poetas! Juntemo-nos a falar
dos sofrimentos que a nós próprios infligimos.
Vamos, poetas, juntar-nos a declamar!
Explicar ao mundo porque é que nós existimos.
Somos pregão duma beleza descoberta
pelo olhar, perscrutador, da nossa alma.
A fealdade está, para nós, encoberta
por uma capa, de poesia, que acalma
as tempestades, as vinganças, o duelo.
Pra nós... existe apenas o que é belo!
