Com relação ao assunto do separatismo em Roraima, louvo a atitude do Dr Ribas Paiva, ao mesmo tempo em que lamento que a iniciativa não tenha sido das autoridades competentes para fazê-lo em primeira instância. Não acredito que o Comando Militar da Amazônia tenha ignorado a ameaça, mas, assim mesmo, lamento que dentre as providências tomadas não tenha sido incluída a indignação e o alerta à Nação, vilipendiada pela omissão e pela conivência das autoridades maiores.
Sobre esta postura já escrevi e divulguei, há algum tempo, a minha opinião. Com o mesmo espírito repito-a agora, não como crítica, mas como forma de cooperação, como sempre o fiz.
Os Comandantes Militares (Marinha, Exército e Aeronáutica) não são membros do Governo e, por consequência, têm liberdade e espaço para agir em benefício exclusivo dos interesses do Brasil e das Forças como instrumentos de defesa da Pátria e de garantia da lei e da ordem, conforme explicitamente consta da nossa Constituição Federal, independente dos interesses políticos do partido ou partidos no governo. Cabe a eles, assessorados pelos respectivos Altos Comandos, como servidores do mais alto nível do Estado brasileiro, estarem atentos a todos os atos e fatos que, ocorridos dentro e fora do território nacional, venham a interferir, de qualquer forma, no cumprimento da Missão Constitucional e, independente do interesse ou da postura tomada pelo governo, posicionar-se perante a Nação através do Ministro da Defesa, de forma democrática e ostensiva, com isenção, honestidade, lealdade, franqueza e profissionalismo, tendo sempre como farol e respaldo a Missão Constitucional!
A Nação como um todo e, em particular, os brasileiros mais esclarecidos aguardam dos Comandos das Forças Armadas um posicionamento claro e ostensivo, não apenas quanto ao que lhes tem sido solicitado pelo Governo ou pela circunstância, mas, particularmente, quanto ao que por conveniência da convivência tem sido motivo de silêncio ou inação. O Brasil precisa e quer saber quais são as posições e as opiniões de seus soldados sobre todos os assuntos que lhes são afetos pela Constituição Federal, posições e opiniões estas que, por serem isentas de vieses políticos ou ideológicos, servirão de base sólida para que a Sociedade, a mídia e seus representantes possam democraticamente polemizar e discuti-los, em busca do que é entendido como o melhor para os destinos da Pátria.
Espero que a atitude do Dr Ribas sirva para despertar as Forças para o dever e para a conveniência de tornar conhecidas as suas apreensões e iniciativas, bem como de compartilhá-las com a Nação!