Ao apoiar publicamente a iniciativa do Ministério Público Federal, que deu início a um processo contra os coronéis Carlos Alberto Brilhante Ustra e Audir Santos Maciel, acusados de terem cometido crime de tortura durante o período em que comandaram o DOI-CODI, em São Paulo, o Sr., Tarso Genro, presta um desserviço imenso ao Brasil e um considerável apoio à Peste Vermelha, a qual foi varrida da Rússia e de toda a Europa do Leste.
Existe uma lei que não está sendo respeitada no Brasil, a Lei da Anistia, que o Sr. pretende jogar no lixo. Ao agir assim, o Sr. não está se comportando como um ministro da Justiça, que deveria respeitar e fazer respeitar a lei, mas imitando o Béria dos Processos de Moscou, em que os "comissários do povo" eram ao mesmo tempo promotores, delegados e juízes que, a mando de Stalin, condenavam os perseguidos políticos do regima comunista russo, sem nenhum respaldo da lei.
Anos atrás, eu publiquei uma carta-resposta em Usina de Letras, endereçada a Jussara Porto, a quem chamei de "Jussara do PT" (Cfr. http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=12097&cat=Cartas&vinda=S), cujo trecho transcrevo abaixo:
"TORTURA! Eis a palavrinha mágica que todo esquerdista tem na ponta da língua para atazanar a vida dos que combateram o comunismo no Brasil. Já foi provado que muitas das acusações feitas por Tortura Nunca Mais e ONGs assemelhadas nunca tiveram fundamento algum. E mesmo que muitas acusações tenham fundamento, ninguém pode ser perseguido por tal crime, pois houve uma LEI DA ANISTIA, que deveria servir para todos, não somente para os criminosos vermelhos.
Além do mais, a esquerda, com essa acusação simplista de "TORTURA", com provas ou não, quer mascarar o quê? Esconder que os comunistas nunca usaram a TORTURA? Ou será que estão exigindo o monopólio da TORTURA, como visto ainda hoje em Cuba? Ou visto ontem na União Soviética, quando era comum a tortura por empalação, especialmente de cristãos, afixados em espetos até morrer?
Ora, a TORTURA, até recentemente, era praticamente usada por TODOS os que se envolviam em guerras convencionais ou de guerrilhas. Basta lembrar o bafafá que ocasionou, há algum tempo, a afirmação de um general francês, de que seu Exército empregava a TORTURA contra rebeldes da Argélia, que lutavam pela independência do país. Só recentemente, com o aparecimento de órgãos de "defesa dos direitos humanos", começou-se a criticar a tortura como método de obtenção de informações do inimigo (ou do criminoso comum). A coisa começou com uma orquestração perfeita das esquerdas, com organizações do tipo da Anistia Internacional e do Tribunal Bertrand Russel, que somente criticavam as "torturas" praticadas pelos países que combatiam o terrorismo e o comunismo, a exemplo do Brasil, esquecendo-se de criticar as "torturas" executadas nos países comunistas (União Soviética, Europa oriental, China, Albânia, Cuba, Coréia do Norte, Vietnã etc...). É essa a "moral de cueca" (cagada) da esquerda, que não consegue esconder sua própria bosta e sente náuseas com o mau cheiro alheio?
Esquerdistas em geral e petistas em particular têm como lema essa "moral de cueca". Nenhum desses cretinos condena a tortura ainda hoje praticada em Cuba, na China e na Coréia do Norte, países criminosos que são por eles defendidos a unhas e dentes (e mortes e torturas, se necessário). Porém, essa corja não se cansa de lembrar a "tortura" de ontem no Brasil, hoje atinente aos anais da história, como se um tipo de tortura (a praticada por comunistas) fosse mais "humana" do que aquela praticada por anticomunistas."
Sr. Tarso Genro: eu defendo publicamente os coronéis Ustra e Maciel, por terem bravamente lutado contra a Peste Vermelha em nosso País. Eles, possivelmente, devem ter, também, utilizado muitas das armas usadas pelos terroristas. Neste tipo de guerra suja, não existe serviço limpo. É serviço sujo mesmo! Aliás, não acredito em nada do que comunista fala a respeito de tortura, já que, de acordo com a orientação de Lênin, "a verdade é um conceito burguês" e "os fins justificam os meios".
Muitas das acusações feitas contra militares são totalmente falsas. É uma forma de muitos integrantes da Peste Vermelhade fugir de possíveis "justiçamentos" que poderiam ser executados por antigos terroristas, além de promover o eterno revanchismo contra as Forças Armadas e obter gorda indenização dos cofres públicos, cujo montante está chegando à estratosférica soma de R$ 4 bilhões!, a metade do que a Alemanha pagou a Israel por conta do Holocausto. Tipinhos como Carlos Heitor "Coin" (Moeda), Ziraldo e Jaguar, mesmo não sendo terroristas, também receberam sua "piñata" de mais de R$ 1 milhão. Um descalabro nunca visto em parte alguma do mundo.
Aliás, terroristas e guerrilheiros vermelhos foram para a cadeia na Alemanha (Baader-Meinhof) e na Itália (Brigadas Vermelhas). Até existe um terrorista preso no Brasil, Cesare Battisti, ligado às Brigadas Vermelhas, o qual o governo ao qual o Sr. serve não extradita para a Itália, como pede aquele país, mas o protege por ser um companheiro d`armas - uma vergonha! O mesmo ocorre com o sinistro Padre Medina, porta-voz das FARC. Em nosso País, os antigos terroristas e guerrilheiros, que deveriam apodrecer no xadrez, andam soltos, leves e fagueiros, e até se tornam ministros de Estado, como o Sr. Por conta de quê? Da Lei de Anistia que o Sr. agora pretende rasgar em público. Não bastasse isso, ainda recebem indenizações fabulosas, como as citadas acima. Afinal, estamos ou não vivendo em uma República Socialista dos Bandidos?
Não fosse a abnegação de militares como os coronéis Ustra e Maciel, que agora estão sendo execrados pela Peste Vermelha, com apoio total do Sr., hoje estaríamos no mínimo vivendo uma guerra civil como a ocasionada pelas FARC na Colômbia. Se o cancro vermelho não tivesse sido erradicado durante o saudoso governo Médici, o atual presidente do Brasil talvez estivesse realizando conversações na selva de Xambioá, sentando à mesa com José "Tirofijo" Genoino, comandante-geral das FARB - Forças Armadas Revolucionárias do Brasil. Será mesmo? Pelo que conheço de Lula e do Foro de São Paulo, é mais provável que estariam se confraternizando, como ocorre na Venezuela, em que Hugo Chávez faz afagos aos narcoterroristas e remete milhões de dólares aos seus companheiros d`armas, as FARC.
A Lei da Anistia foi criada para colocar um ponto final nesta triste história recente do Brasil, não para beneficiar apenas um dos lados - logo o lado dos bandidos. Se é para levar para os tribunais os militares citados, que sejam também indiciados os terroristas, sequestradores, assassinos, assaltantes de bancos, de quartéis e de casas d`armas. Muitos desses facínoras ocuparam altos cargos no governo FHC, outros ocupam no governo Lula. Não é preciso citar seus nomes, pois é do conhecimento de todos os que usam a Internet.
Infelizmente, a tortura existe diariamente em muitas delegacias e prisões do Brasil, como provam contínuos relatórios feitos pela ONU. Por que o Sr., Tarso Genro, não procura acabar com essa vergonhosa mancha em nossa vida nacional, aferrando-se a um passado que há muito tempo já deveria estar enterrado? É porque o Sr. não passa de um farsante, de um embusteiro que tenta recriar, com seus comparsas do Foro de São Paulo, uma nova União Soviética em nossa região, a tal União das Repúblicas Socialistas da América Latrina (URSAL). Baseado em sua figura de "fascista guasca", como diria o escritor Diego Casagrande, Olavo de Carvalho escreveu o seguinte sobre o Sr. em "Os homens certos no lugar certo":
"Chamar o sr. Tarso Genro de terrorista e mentiroso, como o fez o deputado Jair Bolsonaro no memorável dia 15 de maio, é uma simples questão de rigor histórico.
Quanto ao primeiro desses qualificativos, o ministro, que participou ativamente de uma organização dedicada a atentados e homicídios – sob a desculpa de lutar contra uma ditadura que ele chamava de assassina mas colocando-se a serviço de outra ditadura incomparavelmente mais assassina –, continua alardeando sua fidelidade ao marxismo, doutrina explicitamente terrorista. Por definição, o porta-voz de uma doutrina terrorista é terrorista, mesmo depois que a idade e as circunstâncias o dispensaram da parte mais grosseira e suja do serviço." (Cfr. texto completo em http://www.ternuma.com.br/olavo086.htm).
Se é para levar a julgamento os acusados de "tortura", que se levem também a julgamento os terroristas que explodiram pessoas em atentados, como o do Aeroporto de Guararapes, em 1966, quando um almirante e um jornalista foram mortos, além de outros 15 feridos, muitos dos quais ficaram com sequelas pelo resto da vida.
Que se levem a julgamento os facínoras que explodiram a guarita do QG do antigo II Exército, em São Paulo, ocasião em que o soldado Kozel Filho ficou com o corpo destroçado.
Que se levem a julgamento os envolvidos na tortura e morte do tenente Alberto Mendes Jr., da PM de São Paulo, que foi morto a coronhadas por ordem de Carlos Lamarca, ladrão de armas do Exército que jurou defender com a própria vida, pois era capitão da Instituição.
Que se leve a julgamento o atual Juiz do Trabalho lotado no Recife, que matou, a sangue-frio, um sargento da Aeronáutica na ocasião em que foi colocado em uma viatura, para averiguação, pois pertencia a um grupo terrorista (tomou a arma do militar e o matou).
Que se levem a julgamento todos os integrantes da Peste Vermelha, que tentaram implantar uma Cuba continental no Brasil, a começar pelo S., Tarso Genro. Afinal, o que o Sr. fez na Ala Vermelha? E no Partido Revolucionário Comunista (PRC)? O Sr. tem ou não tem coragem de dizer o que andou aprontando nas décadas de 1970 e 80? O Sr. era mesmo um "militante" de arma na mão ou nunca passou de um guerrilheiro de festim?
Se é para rasgar a Lei da Anistia, que se leve a julgamento também a ministra guerrilheira-chefe da Casa Civil, envolvida em atividades terroristas junto à VAR-Palmares, cuja maior obra foi o PAC (Plano de Assalto ao Cofre, de Adhemar de Barros), quando uma pessoa foi assassinada.
Que se leve a julgamento o terrorista Carlos Minc, "companheiro d`armas" de Dilma Rousseff, recentemente alçado ao cargo de ministro do Meio Ambiente.
Que se leve a julgamento também o terrorista Franklin Martins, atual ministro da Comunicação Social, mentor do sequestro do embaixador Charles Elbrick, dos EUA, quando era membro do grupo terrorista MR-8. Por esse crime, ele está impedido de entrar nos EUA, juntamente com Fernando Gabeira, que também participou daquele ato terrorista.
Que se levem a julgamento guerrilheiros, terroristas, assaltantes de bancos, quartéis e de casas d`armas, muitos dos quais cometeram crimes de sangue. Enfim, que se levem a julgamento todos os facínoras que outrora infernizaram o Brasil, cuja lista pode ser conferida no endereço http://www.ternuma.com.br/aonde.htm. Crimes de sequestros e atentados a bomba são crimes tão ou mais nefandos quanto os de tortura.
Ainda que o Sr., Tarso Genro, e todos os demais seguidores da Peste Vermelha falem e falem que lutaram contra a ditadura militar brasileira, isto é a mais deslavada mentira, porque todos trabalharam a soldo de Moscou e de Fidel Castro, muitos fizeram cursos de guerrilha em Cuba e todos quiseram implantar no Brasil uma ditadura muito mais cruel, a ditadura comunista. Esta é a única verdade.
Querer rasgar a Lei da Anistia, Sr. Tarso Genro, é a primeira patifaria que a Peste Vermelha pretende realizar. Outras patifarias virão pela frente, não tenho a menor dúvida.
Sr. Tarso Genro: lutar contra o comunismo é um dever de todos os que prezam a civilização e a democracia. Já dizia Jean-François Revel, intelectual liberal francês: "Deve-se combater o comunismo não em nome do liberalismo, da social-democracia ou de qualquer outro regime, mas em nome da dignidade humana".
P.S.: Com Tarso Genro eleito governador do Rio Grande do Sul, está de volta o "fascismo guasca" ocorrido durante o governo Olívio Dutra. Cfr. abaixo:
Governo Olívio Dutra: dias de fascismo guasca
O livro de 2006, "Vanguarda do Atraso - Ameaças à liberdade de expressão durante o governo do PT no Rio Grande do Sul", editado pelo jornalista Diego Casagrande, apresenta a entrevista com alguns dos jornalistas e intelectuais gaúchos que foram processados pelo PT durante o governo de Olívio Dutra, a saber: José Barrionuevo, Hélio Gama, Denis Rosenfield, Políbio Braga, Érico Valduga, Paulo Moura, Rogério Mendelski, Gilberto Simões Pires, Jair Krischke e José Giusti Tavares.
Vejamos o prefácio do livro, para conhecermos como foram esses "dias de fascismo guasca":
"Prefácio
Sim, tivemos nossos dias de fascismo guasca. Se houve na história contemporânea do Rio Grande do Sul um grupo político tão avesso e refratário a críticas, este grupo foi o que integrou e apoiou o governo petista de Olívio Dutra (1999-2002). Pressões políticas, econômicas, intimidação policial e processos judiciais foram a tônica daquele período que não deixou saudades. Em nome de um socialismo ultrapassado, crivado de idéias e ações de caráter totalitário, o grupo fez o que pôde para atropelar as liberdades. Quase conseguiu. Para tanto, contou com o conivente silêncio de setores importantes da sociedade gaúcha, do espectro econômico ao intelectual. Não contavam, entretanto, com a resistência daqueles que não professam a democracia apenas nos discursos, mas também na prática incessante de defender o direito de pensar e expressar livremente o que pensam. E estes poucos pagaram de variadas formas. Uns perdendo seus empregos. Outros, perdendo processos na Justiça. E mais alguns encarando o desapontamento com a inglória tarefa de enfrentar um Golias chamado Estado, aparelhado para lhes oferecer uma perseguição implacável.
A democracia é linda, carregada de virtudes na essência, mas não raro em regiões pouco acostumadas a ela, acaba usada por aventureiros descompromissados com seus real sentido de respeitar leis, promover o bem estar geral e, essencialmente, conviver com a divergência. Costumo chama-los de sabotadores da democracia. São pessoas que vivem da política, militam nela, sobrevivem graças a ela e valem-se da liberdade para ali adiante tentar usurpa-la. Para estes, o partido e as metas ideológicas estão acima de tudo e justificam quaisquer maldades que possam sair dessa caixinha vermelha. Os conhecidos Processos de Moscou, empoeirados pela história, parecem ter renascido aqui em dado período histórico.
Quando o grupo do sindicalista bancário Olívio Dutra esteve no comando do governo gaúcho, houve a tentativa de usurpar nosso direito de opinar, criticar, divergir e pensar. Foram tempos difíceis, em que jornais e jornalistas conviveram com ameaças, desrespeito e intolerância. Tudo à luz do dia e em pleno regime democrático. Eu mesmo, diretor e editor de um site de opinião na internet, tive o contrato rompido unilateralmente pela Procergs/Via RS, responsável até então pelo envio de minha newsletter diária. É apenas um exemplo de como uma empresa de governo pode ser aparelhada para perseguir.
Fora da esfera da imprensa também foi um período duro, marcado por episódios grotescos de desprezo sistemático pelas instituições democráticas. Cito alguns casos, apenas para reavivar a memória de como os gaúchos foram afrontados pelos poderosos de plantão:
. Bandeira de Cuba, uma ditadura, hasteada na janela do Palácio Piratini no dia da posse de Olívio Dutra
. Destruição – com paus, pedras e coquetéis molotov – do relógio alusivo aos 500 anos do descobrimento do Brasil. O fato teve a participação de membros do governo e a anuência do governador
. Lavouras de pesquisa científica foram destruídas por hordas de convidados oficiais do Fórum Social Mundial, muitos deles com passagens e estadia pagas com dinheiro dos contribuintes gaúchos
. Invasão de lojas do MacDonald’s, com atos de violência contra os clientes
. Audiência oficial e privada do governador com liderança terrorista das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), grupo comunista responsável por milhares de assassinatos e mantido com dinheiro do narcotráfico
. Tentativa de sucatear a Escola Tiradentes, da Brigada Militar, uma das mais importantes do RS
. Abraço fraterno do secretário de Segurança, José Paulo Bisol, ao seqüestrador de uma lotação que manteve várias pessoas reféns durante horas
. Partidarização e ideologização da TVE, com uma porta invisível que impedia os divergentes de participar de programas da emissora
. Bandeira do MST na sala do secretário da Agricultura, Hermeto Hoffmann
. O uso de um boné do MAB, grupo ligado ao MST, pelo secretário de Segurança e o comandante da Brigada Militar, desautorizando o cumprimento de decisões judiciais pela polícia
. A ordem para que em todos os telefonemas atendidos nas repartições públicas fosse dita a frase: governo democrático e popular!
. A edição de cartilhas de lavagem cerebral nas escolas públicas
Expulsão da montadora FORD, que assim como a GM, estava praticamente instalada no RS. Em apenas 5 anos na Bahia, dobrou o PIB per capita daquele estado
. Tentativa de invasão do jornal Zero Hora
Estes são apenas alguns entre centenas de eventos marcantes e notórios que tiveram o Rio Grande do Sul como palco naquele conflitado período. Mas também houve outras tantos atos de desrespeito e atentados à liberdade de expressão que passaram ao largo do conhecimento público. É certo que ficaram marcados na história daqueles que foram alvo de tais barbaridades. É este o enfoque de VANGUARDA DO ATRASO, singela contribuição democrática de um grupo de cidadãos. Uma obra constituída a partir de entrevistas com profissionais de comunicação e intelectuais que viveram as pressões e refletem a respeito. Este livro não é meu, é nosso. E acredito que passa a ser registro histórico importante.
Porque nunca é demais lembrar: que não conhece a história, está condenado a repeti-la.
Diego Casagrande – jornalista”
Algumas frase dos jornalistas entrevistados:
JOSÉ BARRIONUEVO – 59 anos, jornalista, ex-colunista dos jornais Correio do Povo e Zero Hora:
“O governo Olívio tentava te colocar a todo o momento como um canalha, te transformando em inimigo do progresso, um cara conservador, retrógrado. E como representavam a Honestidade, quem não estava com eles era o próprio mal”.
“Me sentia numa republiqueta, as pessoas amordaçadas, caladas, anestesiadas, não viam o que estava acontecendo aqui”.
“Às vezes fico pensando: será que aconteceu mesmo isso? O PT podia tudo! Eu me perguntava: Mas até quando o PT poderá tudo?”
“Foi um tempo de censura. Nunca tantos jornalistas foram processados. Esta é a cena que deve estar bem presente, no que se refere ao autoritarismo deles com relação à imprensa”.
“Grande parte do Judiciário também fazia salamaleques ao PT, estava encantada”.
“Há cinco ouseis anos, no primeiro Fórum Social Mundial, a grande atração do evento foi o representante das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, as FARC. Lotou o velho teatro do IPE. Havia mais de 400 pessoas na porta. De repente, os derrotados no mundo se voltaram para Porto Alegre. As FARC, o José Bové e o presidente do Parlamento cubano”.
HÉLIO GAMA – 62 anos, jornalista, especializado em coberturas econômicas, ex-diretor regional da Gazeta Mercantil, e atual editor-chefe do jornal semanal OI:
“Foi chocante para mim, porque eu perdi amigos, as pessoas pararam de falar comigo, tanto na Gazeta Mercantil como no OI nós paramos de ter fonte na Prefeitura. Não davam informação. Em várias áreas da Prefeitura diziam que éramos pessoas não-gratas”.
“Tínhamos um contrato de publicidade, de patrocínio. Mais ou menos 20 por cento do faturamento da Gazeta Mercantil no RS estava de alguma forma ligado a áreas do governo do Estado. Em razão da área legal, a Gazeta era a comunicação legal do Banrisul, da Procergs, da CEEE, uma série de empresas das quais nós publicávamos os balanços. Assumiu o governo e... bingo! Cortaram tudo”.
“Me chamaram no Ministério Público. Fui lá. Entro já com aquele clima, o cara com a minha letter na frente. Daí ele me disse: ‘Olha, eu lhe chamei a pedido do governador do Estado, que pediu para abrir um processo por causa dessa sua letter’. Eu disse: ‘Tá, e aí?’ Daí ele disse: ‘É um primeiro contato que eu gostaria de ter com o senhor para que me explique as suas posições’ ”.
“As agências de publicidade foram muito influenciadas, porque foram formados núcleos petistas para atender o governo do Estado. E as agências então começaram a ampliar a área de castigo também para áreas privadas”.
“No dia 28 de fevereiro eu saí da Gazeta. No dia 1º de março, saiu um anúncio de página inteira do governo do Estado no jornal. Página inteira. Esse tipo de coisa é maldade pura, porque vai muito além do que tu podes imaginar”.
DENIS ROSENFIELD – 55 anos, filósofo, formado pela Universidade Nacional Autônoma do México e Doutor de Estado pela Universidade de Paris. É articulista de O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, entre outros, e do site www.diegocasagrande.combr.
“Quando eles chegam ao poder, retomam aquela postura revolucionária que continuava presente, mas estava um pouco em desuso na Prefeitura. E atualizam esse linguajar revolucionário e começam a se pautar por ele. É quando retomam as tendências autoritárias do socialismo”.
“A expulsão da Ford foi um prejuízo muito grande sofrido pelo Estado, realmente poderia ter aumentado o setor automotivo e toda cadeia produtiva de uma montadora. E você vê o sucesso que á a Ford na Bahia, das indústrias que seguem em pleno desenvolvimento lá. Ou seja, Antônio Carlos Magalhães está aí, rindo sozinho. Rindo do quê? Da nossa tristeza, rindo dos nossos problemas, porque um governador irresponsável expulsou uma grande montadora do Estado”.
“Minha acidez em relação ao PT e as minhas posições cada vez mais críticas, ocorreram a partir do momento em que eu me dei conta de que aquele socialismo envergonhado não perderia a vergonha. Ou seja, que faria uma tentativa de cunho revolucionário como correspondia à tradição histórica do partido, que tem os seus ícones em Lênin, em Trotski, em Fidel Castro, em Guevara. Eu achei que isso estava em processo de superação. A minha surpresa foi que não, eles estavam realmente ainda acreditando nisso”.
POLÍBIO BRAGA – 65 anos, jornalista e advogado, ex-colunista dos jornais Correio do Povo e Zero Hora. Atualmente escreve no jornal O Sul e edita o site www.polibiobraga.com.br.
“O governo Olívio fez comigo, em síntese, praticamente tudo o que podia fazer: cortou-me todas as fontes de suprimento de informações, me tirou o emprego e tentou me botar na cadeia”.
“No final do governo Olívio, eu estava a ponto de pedir ajuda para a Associação Protetora dos Animais, e só não fiz isso porque o Movimento de Justiça e Direitos Humanos me acudiu antes. A mim e a outros jornalistas, dando suporte para que pudesse me manter ainda com alguma dignidade no que estava fazendo”.
“A Caldas Jr. foi a principal aliada na mídia de todo o governo do Olívio. E o Renato (Renato Ribeiro, dono da Caldar Jr.) teve as vantagens decorrentes disso, que eu acho natural. Porque, sempre a principal aliada dos governos foi a RBS. No caso do governo do Olívio, não foi”.
“A instalação do governo do PT na Prefeitura de Porto Alegre significou também um plano diabólico de amordaçamento da imprensa aqui do RS”.
“O PT do RS e os governos que ele teve aqui tinham um viés stalinista. Eles tinham um corte marxista. E na operação de áreas como esta, eles tinham uma prática stalinista’.
“Eu tenho que rir aqui quando alguém da esquerda vem reclamar da imprensa, ou de alguma coisa, porque lá (Cuba) eles não têm nem imprensa. O cara aqui pode reclamar. O que quer a esquerda aqui no meio do jornalismo? Ela quer a imprensa tutelada totalmente pelo Estado”.
ÉRICO VALDUGA – 59 anos, jornalista, ex-chefe de redação da Gazeta Mercantil regional. Foi repórter do Jornal do Brasil, Folha da Tarde, Correio do Povo e O Globo. Atuou em diversos veículos eletrônicos, como Rádio Gaúcha e TV Bandeirantes.
“Eu enfrentei problemas que não tinha enfrentado como editor e colunista de política na Caldas Jr., na época da ditadura militar. O Regime Militar foi, para os jornalistas, mais tolerante do que o governo do PT”.
“O curioso da ação facciosa do PT é que tu podias publicar qualquer inverdade ou meia verdade, se favorecesse o partido”.
“Quantas pessoas tu conheces que empenharam fortunas e empobreceram na política? O PT não. O PT enriquece na política”.
“O PT, como o Partido Comunista, como o Partido Nazista, como o Partido Fascista, como o Fidel Castro agora, não tolera debate. Ou reza pela cartilha, ou é inimigo. E isso é uma brutalidade. Eu sempre achei e vou continuar achando uma brutalidade”.
“A partir do momento em que eles (jornalistas) optaram pela militância, é como se isso fosse uma doença. Eles deixaram de ser jornalistas, de ter garra, de ter aquela gana de bem informar, de dar furo doa em quem doer. Pelo contrário, os bons jornalistas que eu conheço não são petistas. Aliás, eles não são nada. Reservam-se o direito de pensar”.
PAULO MOURA – 46 anos, cientista político, doutor em Comunicação Social. É autor dos livros PT: comunismo ou social-democracia? E O gauchismo no marketing de Olívio Dutra.
“A seção gaúcha do PT brasileiro é a mais à esquerda, a mais ortodoxa do ponto de vista de seguir essa cartilha marxista tradicional. E o que se viu aqui foi a tradução dessa cartilha na perseguição de adversários, nos vários processos contra jornalistas, na beligerância do governo em relação a setores da sociedade”.
“Democracia na história da esquerda e do PT é apenas uma etapa histórica de ocupação do poder. Quer dizer, a esquerda usa a democracia como um instrumento, um estágio do seu processo de tomada do poder. Mas as suas práticas não são democráticas, isso está comprovado”.
“O PT imaginou que havia recebido das urnas um aval para implantar um projeto de esquerda, e quando tentou implantar esse projeto de esquerda, o eleitor que havia votado no Olívo disse: ‘Opa, espera aí. Não foi nisso que eu votei’ ”.
“Os dois pontos mais negativo: o primeiro é esse aspecto autoritário, porque isso não se faz impunemente, isso deixa vestígios. E o pior de tudo foi o atraso que nós tivemos num projeto de desenvolvimento econômico”.
“O processo contra profissionais de comunicação e intelectuais virou uma indústria no governo petista”.
ROGÉRIO MENDELSKI – 63 anos, jornalista, ex-apresentador do programa Gaúcha Hoje, da Rádio Gaúcha. Atualmente, mantém uma coluna diária no jornal O Sul e apresenta seu programa matutino da Rádio Pampa.
“Eu era uma pessoa pública. Você era hostilizado quando parava numa sinaleira, especialmente em época de campanha eleitoral. A gente via aquele fascismo hidrofóbico, que as pessoa babavam de ódio”.
”O incêndio do relógio. Aquelas operações de tirar os sem-terra e o secretário botar o boné dos invasores junto com o comandante, numa negociação onde era necessária a intervenção e a força da lei porque havia uma determinação judicial. Aquele gesto do secretário Bisol, saindo do seqüestro daquele lotação, o famoso seqüestro em Porto Alegre, e ele abraçado com o seqüestrador, deixando as vítimas lá. Aquela opção dele foi lamentável”.
“Houve uma investigação provando e levantando questões muito graves de envolvimento do governo com o jogo do bicho: declarações, gravações, proteção aos bicheiros. Isso aí não ficou muito bem esclarecido ainda, mas aquilo ali poderia ter sido um veio de corrupção, um tipo de ‘mensalão crioulo’ ”.
“Me comunicaram: ‘Olha, nós estamos te desligando, estamos te demitindo. As nossas relações mudaram, o presidente Lula foi eleito. Nós estamos querendo tirar essa carga forte de antipetismo que tu desenvolveste no programa’. Eu disse: ‘Não, tudo bem, numa boa’. Fui comunicado nesse tom. Que era função do governo fedeal.”
“O governador,numa de suas primeiras manifestações na Federasul, atacou a classe empresarial. Ele disse que era contra o lucro, não é! O lucro é a essência da vida de um empresário”.
GILBERTO SIMÕES PIRES – 63 anos, radialista, administrador de empresas com pós-graduação em marketing financeiro. Edita a webletter de opinião www.pontocritico.com e apresenta o programa semanal Ponto Crítico, no canal 20 da NET.
“Eu sabia que eram mentirosos desde que assumiram a Prefeitura de Porto Alegre. Eles usaram um programa de televisão chamado Cidade Viva, onde tudo era pintado de cor-de-rosa”.
“A Ford virou um símbolo da perda de investimentos. Mas na realidade, foram 835 empresas registradas como desinteressadas no RS”.
“O Brasil sempre fez questão de ser um país de terceiro mundo”.
“Há uma coisa importante na metodologia do governo do PT: tem que liquidar com o rastro. Se existiu um rastro desenvolvimentista, para não ficar com a marca do Britto, tinha que acabar com ele”.
“O Bisol não foi omisso, foi conivente, na medida em que se identificou muito de perto com os sem-terra e com os invasores”.
“Eu denunciei essa mentira e o Ministério Público me exigiu a comprovação. Tive que correr para buscar os contratos e felizmente consegui. Embora não tenha sido o primeiro, o PT foi o mais agudo contrário a quem tivesse o livre-arbítrio do pensar e do dizer”.
JAIR KRISCHKE – 68 anos, ex-presidente e secretário-geral do Movimento de Justiça e Direitos Humanos
“Havia um histórico e uma certa proximidade. Mas, quando chegam ao poder, as coisas se transformam. Porque a nossa relação imediatamente começou a ser muito difícil, por um componente que sempre nos causa muita preocupação: o autoritarismo. Só eles tinham a verdade, só o que eles diziam era o correto”.
“A queima do relógio dos 500 anos foi um ato fascista, com o apoio deste governo e dos pró-homens da Secretaria de Segurança”.
“Fui processado pelo Diretório Regional do PT, pelo Clube de Seguros da Cidadania, que foi uma outra denúncia nossa, da fraude que era”.
“E logo este governo desencadeia uma perseguição aos jornalistas. Porque poderíamos concordar ou discordar, isto não importa. Uma perseguição realmente escancarada, sem limites, chegando ao cúmulo de num determinado momento chamarem um jornalista na chefia da polícia por haver publicado uma matéria que desagradava o governo”.
“Foi um governo que ao longo dos seus quatro anos infernizou a vida de mais de 20 jornalistas, de todas as formas possíveis e imagináveis: processando, perseguindo nas redações, tirando o emprego”.
“Trinta dias depois da posse chega ao meu conhecimento que no gabinete do então chefe de Polícia, em uma reunião com a alta cúpula da polícia, vinte e tantos delegados, diretores, o ilustre chefe de Polícia declarou o seguinte: ‘Está proibida a mordida no jogo do bicho. O que eu estou dizendo é uma ordem’ ”.
JOSÉ ANTÔNIO GIUSTI TAVARES – 72 anos, mestre em Ciência Política pela UFRGS, Doutor em Ciência Política pelo Instituto Universitário de Pesquisa do RJ (IPERJ) e pós-doutorado pela Universidade Notre Dame, em Indiana, EUA.
“O Rio Grande do Sul tem uma tradição autoritária muito forte, é um inconsciente coletivo historicamente acumulado desde o Castilhismo. E nós convivemos com esse maldito subconsciente e não nos damos conta disso. Em função dessa tradição autoritária, é evidente que o PT teve menos resistência e maior motivação no RS do que no conjunto do país”.
“O governo Olívio foi essencialmente autocrático, com todos os traços da autocracia leninista”.
“A política de favorecer o pequeno, aparentemente tão sedutora do ponto de vista de uma concepção de justiça distributiva, revelava uma mentalidade daquele socialismo mesocrático, de pequena propriedade, pós-Revolução Francesa, que foi criticado até por Marx”.
“O Rio Grande ficou marcado, até mesmo para esse pessoal mais lúcido da esquerda, como anedotário”.
“Se um camarada desses, um personagem desses, conseguir ser eleito novamente para o governo do Estado, nós partimos da anedota para a tragédia”.
ANEXO
Como Anexo, o livro "Vanguarda do Atraso" traz cópia da conclusão do processo que foi movido contra Roberto Civita e Diogo Mainardi (revista Veja): "Agora, o Supremo Tribunal Federal, intérprete definitivo da Constituição, vem de afastar dúvidas quanto ao exercício de crítica - epicentro das irritações ditatoriais - em processo de que foi relator o ministro Celso de Mello" (Diego Casagrande, in "Introdução", pg. 9).
O ministro Celso de Mello não deixa dúvidas quanto à liberdade de expressão garantida pela Constituição a todos os cidadãos brasileiros, especialmente aos jornalistas, como se pode constatar em algumas das passagens da Petição Nr. 3486, publicada no Diário da Justiça Nr. 166 do dia 29/08/2005:
"Ninguém ignora que, no contexto de uma sociedade fundada em bases democráticas, mostra-se intolerável a repressão penal ao pensamento, ainda mais quando a crítica por mais dura que seja revele-se inspirada no interesse público e decorra da prática legítima, como sucede na espécie, de uma liberdade pública de extração eminentemente constitucional (CF, art. 5º, IV, c/c o art. 220).
Não se pode ignorar que a liberdade de imprensa, enquanto projeção da liberdade de manifestação de pensamento e de comunicação, reveste-se de conteúdo abrangente, por compreender, dentre outras prerrogativas relevantes que lhe são inerentes, (a) o direito de informar, (b) o direito de buscar a informação, (c) o direito de opinar e (d) o direito de criticar.
A crítica jornalística, desse modo, traduz direito impregnado de qualificação constitucional, plenamente oponível aos que exercem qualquer parcela de autoridade no âmbito do Estado, pois o interesse social, fundado na necessidade de preservação dos limites ético-jurídicos que devem pautar a prática da função pública, sobrepõe-se a eventuais suscetibilidades que possam revelar os detentores do poder" (pg. 170-171).
"Lapidar, sob tal aspecto, a decisão emanada do E. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, consubstanciada em acórdão assim ementado:
Os políticos estão sujeitos de forma especial às críticas públicas, e é fundamental que se garanta não só ao povo em geral larga margem de fiscalização e censura de suas atividades, mas sobretudo à imprensa, ante a relevante utilidade pública da mesma " (pg. 171).
"Na realidade, e como assinalado por VIDAL SERRANO NUNES JÚNIOR ("A Proteção Constitucional da Informação e o Direito à Crítica Jornalística", p. 87/88, 1997, Editora FTD), o reconhecimento da legitimidade do direito de crítica, tal como sucede no ordenamento jurídico brasileiro, qualifica-se como pressuposto do sistema democrático , constituindo-se, por efeito de sua natureza mesma, em verdadeira garantia constitucional da opinião pública :
(...) o direito de crítica em nenhuma circunstância é ilimitável, porém adquire um caráter preferencial, desde que a crítica veiculada se refira a assunto de interesse geral, ou que tenha relevância pública, e guarde pertinência com o objeto da notícia, pois tais aspectos é que fazem a importância da crítica na formação da opinião pública (grifei)" (pg. 172).
"Concluo a minha decisão: as razões que venho de expor leva-me a reconhecer que a pretensão deduzida pela parte requerente não se mostra compatível com o modelo consagrado pela Constituição da República, considerando-se, para esse efeito, as opiniões jornalísticas ora questionadas (Veja, edição de 03/08/2005), cujo conteúdo traduz como precedentemente assinalei legítima expressão de uma liberdade pública fundada no direito constitucional de crítica.
Sendo assim, presentes tais razões, e tendo em vista que este procedimento foi impropriamente instaurado perante o Supremo Tribunal Federal, não conheço da medida proposta pelo Advogado ora requerente.
Arquivem-se os presentes autos (RISTF, art. 21, §1º), incidindo, na espécie, para tal fim, a orientação jurisprudencial firmada por esta Suprema Corte (Pet 2.653-AgR/AP, Rel. Min. CELSO DE MELLO MS 24.261/DF, Rel. Min. CELSO DE MELLO - AO 175-AgR-ED/RN, Rel. Min. OCTAVIO GALLOTTI, v.g.).