Presume-se que os que integram a coluna do leitor desse jornal sejam pessoas medianamente esclarecidas, mesmo com direito às suas opiniões divergentes, porém, desde que as externem com coerência e fundamento. Quem tem o hábito de ler os artigos do economista Rodrigo Constantino tem que reconhecer a qualidade dos mesmos nos seus sólidos embasamentos e não julgá-lo por uma frase isolada mas em seu todo. Seu artigo “Dia de Luto” foi impecável por todos os argumentos apresentados e querer desmerecê-lo por um comentário isolado e discutível será, certamente, tendencioso. Dilma venceu as eleições, de direito, mas nem por isto será, conscientemente, a preferida do povo se considerarmos uma grande parcela de analfabetos e ignorantes primários que a elegeram por julgarem-na esposa de Lula. O mal de nosso sistema eleitoral não é a reeleição, mas a permissividade geral inclusive o direito de escolha a quem nada vê, nada conhece e nada entende dos temas mais elementares – dá para acreditar num povo com essa mentalidade? As críticas apresentadas ao artigo são venais, como outro leitor que disse que Serra foi derrotado porque um poste caiu em sua cabeça – esquecendo-se de que poste só cai quando está corroído. Tais críticas apelativas são idênticas à bolinha na cabeça de Serra e a questão do aborto com Dilma, quando as questões eram outras – o primeiro, o direito de ir e vir; o segundo o direito de mentir.