Um sorriso, passos rápidos, um abraço. Terno, gostoso, afetuoso. Depois, mais apertado, sentindo o calor que emana do coração. Sincero, profundo, externando o mais puro dos sentimentos.
Então a troca de olhares . Olhos brilhantes que também sorriem. Transmitem a felicidade desse encontro. Cintilam como estrelas numa noite de lua cheia.
E as mãos se tocam. Envolvem-se transferindo para a outra o calor de cada uma delas. Apertam-se. Os dedos se cruzam como nós que atam laços. Laços que unem mais do que mãos, braços, lábios. Laços que unem almas.
O beijo não programado. Ansiado mas não esperado. Apenas flui. Brota do coração depositando-se nos lábios quentes que correspondem com a mesma intensidade e o mesmo amor.
Não há relógio, não há calendário, tampouco se sabe se é noite ou dia. Ninguém por perto mas se houver, que importa?
Não há vozes, senão as dos corações que entoam melodias perceptíveis somente pelos anjos que, sorrindo alegremente, comprazem-se desse momento tão sereno, tão apaixonado e apaixonante, tão singelo, mas tão completo.
Desnecessárias as palavras. Certamente não retratariam os verdadeiros sentimentos.
As palavras, muitas vezes, saem de forma distorcida ou nem são encontradas as que pudessem transmitir o que o coração desejaria falar. Ou podem, ainda, não serem interpretadas de forma precisa. Então, para que falar usando a voz?
O abraço fala por si só. Os olhos não mentem. As mãos retratam o calor e o êxtase do corpo. Os lábios silenciosos permitem que as nossas línguas façam amor.
E, sob as estrelas e o luar percebidos tão somente por nós, independentemente da hora, os nossos corpos selam o imenso amor tão bem guardado para ser externado por inteiro num momento que é só nosso.