.........querido,
Entardeci beira mar, nas mãos as Estrelas que me destes, soletradas
entre azuis, para mais sentir-me luz e perceber entendimentos desta
poesia que está a se escrever entre nós.
Perguntando-me entre dúvidas e anseios, se real esta escritura, ou se
meus olhos turvos estavam a fazer enganosas leituras.
Sim, porque emoções e gostares são poemas que o coração edita,
sem consultas a razão, nas desobediências de lógicas e normas.
Sentia-me como quem vai ao mar vez primeira, como quem de
estrelas nada sabe, duvidando do que minh alma teimava em afirmare consentir.
Poderia estar supondo nuvens de ilusão, poderia estar navegando
mares de sonhos - impossíveis?
Céus e mares guardam mistérios esticados demais.
Céus e mares escondem profundos, diante os quais meu coração se amiúda, porque não conhece as trilhas para desvendar, estes segredos tão fundos.
Meu coração costuma ser bobo, assustado e mudo.
Assim fiquei, horas....buscando me achar, olhando minhas mãos - onde tuas Estrelas brilhavam, e
lonjuras onde não te achava.
Enquanto as ondas molhavam minha pele, no afago das águas, busquei ver-te nos altos,
onde os astros chegantes já iluminavam este céu da Guanabara, respostas não me deram, ora piscavam um sim, ora fugiam, como se dizendo não.
Tanto tentei entender suas vozes, porque entender-me precisava.
Passos vazios, minhas-tuas Estrelas aninhadas no peito, retornei-me...vestes lavadas, mas a alma...ah! a alma perdida, entre buscas desencontradas.
Onde estavas?
Chamei teu nome...pedi teus olhares-guia, procurei por tua voz...mas não me chegavas...
Apenas infinitudes e eu, vagante...sozinha.
Com tuas-minhas Estrelas, adormeço entre saber-te verdade nos meus dias...entre dúvidas:
- chegas em minha vida, ou és apenas um sonho de frias madrugadas?
Enquanto não me voltas...ergo-me aos céus, entre estrelas a te buscar, sou aquela que uma lágrima, está a derramar.
Beijos,
Ravena