O poeta Bresciani veste a roupagem de um erotismo instigante e misterioso: "Demorasse a tua mão um pouco mais sobre o meu ombro e me nasceriam asas". " Sim, no relume das horas arranco uma ou outra de suas plumas e do cimo sinto o doce estrépito de um corpo que arde e responde sob o meu". Para só reproduzir dois pequenos exemplos do seu belo poetar.
Mas,não é só erotismo que o poeta nos revela. Existe uma incontida ânsia de voar.Todavia, o Ícaro dos versos não vai estultamente em busca do sol para derreter a cera de suas asas. Perpassam nos versos asas que, simbolicamente, traduzem o ímpeto do bardo de ir bem longe, sim, talvez saindo de si mesmo, atingindo os longínquos páramos onde a poesia se confunde com o devaneio.
O poeta não quer enxergar o mundo-máquina-fumaça-de-óleo diesel. Ele interpreta a realidade como os poetas portugueses, aqui seguidos por alguns patrícios nossos, ou seja,navega intemporal pelas escolas poéticas, mas imprime seu próprio ritmo. .
É uma leitura que nos cativa e prende, mas nem de leve a gente sente que o movimento é incompleto, pois o poeta, na verdade, nos entrega um livro pronto, perfeito, merecedor de incontáveis leituras e releituras.
Parabéns, meu caro Alberto.
Ronald e Alice
|