O processo de libertar o corpo do jugo da alienação nos aproxima mais do espírito. Estar desperto, não só graças aos olhos abertos, mas por causa da mente pulsante. Atrever-se como se arrisca um animal corajoso na selva escura, dizendo tudo que se sente, estar furioso com a injustiça, ser leal aos próprios princípios e traidor com o “sistema”.
Mostrar-se alegre só porque se está vivo, mesmo que intimamente as razões apontem ao contrário, mesmo que todos os motivos não sejam dignos de felicidade, afinal a gratidão é a melhor qualidade de um coração sincero. Ser humilde, mas não perder a altivez, cabeça sempre erguida sem ser arrogante. Acordado, liberto, sou valente, porém fugitivo do perigo constante. Satisfeito com o caminho, mas ofendido com as trapaças, ardis montados para enganar, artifícios dos golpistas, dos ladrões que oferecem veneno disfarçado de mel.Todos estão cegos pra realidade, a tecnologia simplificou processos, porém só tem deixado a humanidade atrofiada de pensamentos e destituída de reações.
A religião (a vasta maioria delas) está desligada, já não liga o homem a mais nada, infelizmente só se aproveita da ingenuidade, da inocência , da ignorância e do desespero das pessoas, criou um aparelho com base no medo, uma máquina de promessas além-túmulo. E o seu “melhor escravo” é justamente aquele que acredita e defende fervorosamente esse sistema. Pobres daqueles que tem uma profunda sede espiritual, que nunca será satisfeita por esses credos.
Ficar perplexo, sobressaltado, enlouquecido com esse mundo cada vez mais máquina e menos natural, ficar triste, alquebrado , consumido por perceber a apatia dos irmãos humanos que estão sendo engolidos por esse dispositivo negativo, injusto e que só distribui miséria ao invés de riqueza chamado “poder econômico”
Isto é estar acordado, e quem está, entendeu muito bem tudo o que eu disse.