Conforme prometi, segue, por carta registrada (RQ938140695BR), o livro de que falei; deve estar chegando até segunda-feira, no máximo. Na p. 35, há a crônica "Chrisinha querida", em que registro sentimento profundo por ocasião de uma de suas atitudes. Na p. 36, no final, asterisco, menciono a hospedaria de sua vovó, da qual conservo grata lembrança. Na contracapa, a escritora Vânia Diniz homenageia este humilde conterrâneo. Ali, no terceiro parágrafo – quando se reporta aos colegas mais agraciados com recursos econômicos – , está incluso o Tim, pai da Cida e ex-marido da Joana.
(Uma explicação: na primeira contracapa do livro "Saudade" **, de 2007, está: "Pioneiro, aqui chegou há quase meio século." A informação, coisa que já corrigi em outras edições, não corresponde à realidade. Em Brasília, estou há mais de meio século. A editora aproveitou dizeres da contracapa do meu livro "Saldunes", editado em 2004.)
O Tim (ele certamente se lembra) foi um dos meus primeiros amigos de infância. Naquele tempo, Turvânia era projeto, ideal longínquo. Nosso vilarejo chamava-se Poções. Com o meu colega Bráulio, filho do Sotero, afortunado fazendeiro da região, aprendi a andar de bicicleta (isso ocorreu somente pela benevolência do meu colega, porque a primeira bicleta só adquiri, com recursos próprios, quando residia e trabalhava em Brasília, que ainda era um sonho). No rio que passa aos fundos, aprendi a nadar. Na Escola Municipal, concluí o primário. No cavalo, meio bravo, que bondosamente dona Odília me emprestava, fui diversas vezes – nos fins de semana – à casa de minha vovó Madalena, mãe da tia Nair. Na sua hospedaria (Pensão Palmeiras), tive dormitório, comida, apoio e carinho. Não sei se o meu papai pagou o que lhe devia economicamente; porém, continuo seu devedor. Onde ela estiver, saberá disso.
São muitas as recordações (nostálgicas, às vezes, mas todas cheias de encantamento e de gratidão). Com certeza, dariam para escrever outro livro, sem muito esforço. Entretanto, reconheço que não posso tomar-lhe o tempo com passagens de quase 60 anos; principalmente, sabendo-a comerciante, cujo tempo é imperioso.
Sinto-me privilegiado por ter tido a felicidade enorme de conhecer a netinha de dona Odília, da qual tenho memórias nítidas e agradáveis.
Por favor, a todos os familiares transmita meu abraço e votos de felicidades. À tia Nair (por gentileza) diga que estou bem e felicíssimo por tê-la visitado com os demais parentes e poder vivenciar momentos tão expressivos.
Fique com Deus! Até outro dia!
Com gratidão,
Benedito
* Brasília, DF, 12/09/2012.
** "Saudade", Campinas (SP): Editora Komedi, 2007, pp. 35 e 36.