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Cartas-->Sobre Parceria Poética... Escuta-me! -- 20/02/2002 - 11:25 (•¸.♥♥ Céu Arder .•`♥♥¸.•¸.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Doce amigo

Não te aflijas, quanto a isso...
Aqui, na Usina, é comum a construção de poemas em parceria, sem que isso seja interpretado pelos usineiros, de forma "indecorosa".
Todos entendem que há, na atitude dos autores um espírito poético (eu-lírico), nada pessoal ou particular, entre os envolvidos, acima de qualquer vulgaridade que a ele se intente dar.
Quem não entender assim, nada sabe de arte poética, nem de poesia. Tem mais é que meter o nariz onda a ponta alcança.
E se comentários maliciosos houver será por parte daqueles que já vêem malidicência em qualquer coisa... Talvez até num sorriso de suas próprias genitoras.
A comunhão poética é imensurável, avassaladora. Quando se encontram almas a adubar-lhe a terra tão fértil, está ali o caminho mais florido para alcançar as estrelas em um minuto. Como disse em seu soneto, O gigante Luís de Camões:

"Estando em terra, chego ao céu voando
Em uma hora acho mil anos e é de jeito
Que em mil anos não posso achar uma hora"

Diz o poeta, Cassiano Ricardo, que a

"Poesia é uma ilha cercada de palavras por todos os lados"...

E o que é o homem?

"Uma Ilha cercada de linguagens por todos os lados"...

Vamos, pois, soltar o verbo, amigos! E exteriorizar o que cá dentro nos rói o espírito... Seja da forma que for...

Em português castiço
Ou em linguagem vulgar
Que a poesia não está na forma
E nem espera pra se pronunciar...

Reflita nesse trechinho, de Lygia fagundes Teles:

"Não quero e nem devo lembrar aqui por que me encontrava naquela barca. Só sei que em redor tudo era silêncio e treva."


A quantas interpretações está sujeita a linguagem subjetiva.
Ao analisar o texto de Lygia, nossa mente procura, de imediato sondar o motivo de sua afirmação melancólica:

-O que a teria incomodado o eu-lírico, naquela barca, a ponto de não querer lembrar-se?

- Que estaria sentindo n alma, para que as trevas ao redor se lhe dessem a perceber?

- A barca será real ou imaginária, símbolo externo, que detonou a tristeza do eu-lírico?


"CESSE TUDO O QUE A MUSA ANTIGA CANTA,
QUE OUTRO VALOR MAIS ALTO SE ALEVANTA."

*** Camões***


" O QUE QUER... O QUE PODE ESTA LÍNGUA?"

*** Caetano (se não me falha a memória) ***
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