A leitura da contracapa do seu livro A Cor da Minha Vida (Uma história sobre Brasília, Amor e Superação) reacendeu a chama que observei muitas vezes minha querida vovó acender. Ela era fazendeira e raras coisas comprava na cidade. Tudo produzia na fazenda: açúcar, aguardente, polvilho, manteiga de leite, tecidos de algodão, farinha, fubá, além de todos os cereais. O quintal tinha a dimensão de dois campos de futebol. Frutas havia à vontade e de graça.
Pena que eu era muito pequeno. Só agora, na idade avançada, entendo que aquilo era uma riqueza enorme. Vovó trabalhou até a morte, que foi serena: deitou-se à noite para descansar e não acordou mais. Deveria ter 80 anos ou mais um pouquinho.