Falta de realismo
Falta de realismo para encarar os problemas. Os dirigentes políticos vivem num mundo da fantasia e por isso os seus atos não resolvem os problemas e acabam piorando em vez de melhorar. Os exemplos são a regra.
Para melhorar o ensino básico, extinguiu-se o curso Normal, que funcionava, e passou-se a exigir dos professores primários graduação superior em pedagogia para alfabetizar as crianças e ensinar as quatro operações, em vez de criar uma carreira profissional séria.
Agora, em vez de reduzir a duração, aumenta-se para oito anos o curso de medicina para resolver a carência de bons médicos. Nosso sucesso com as faculdades de odontologia independentes das de medicina poderia ser um espelho. Lembrar que, em Portugal, complicaram, exigindo a formação médica na especialidade de estomatologia para quem quer ser dentista.
Lembro ainda que no Uruguai havia curso médio para parteiras. Afinal, o parto é algo natural, não é uma doença que exija tratamento médico. Por isso, no Brasil, há um número recorde de cesarianas.
Outro exemplo de falta de realismo é o da demarcação de terras indígenas como prioridade. Ao contrário, isso tem gerado miséria para os próprios índios aculturados, que não são mais caçadores ou agricultores, e demandam desfrutar dos recursos e confortos da civilização. O caso paradigmático é o da reserva Raposa-Serra do Sol, tratado poeticamente e que levou ao fim a produção de arroz em Roraima e levou os próprios índios a se transformarem em favelados em Boa Vista.
Roldão Simas Filho
Brasília, 18 de julho de 2013