“Não sei...se a vida é curta ou longa demais pra nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.Muitas vezes basta ser:colo que acolhe, braço que envolve,palavra que conforta, silêncio que respeita,alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia,amor que promove.E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida.É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura...enquanto durar...” (*Cora Coralina)
Ainda tenho na memória, e inevitavelmente no corpo, a lembrança do antigo eu, ou de “quem eu era antes”. Das minhas insatisfações consigo mesmo e do profundo tédio que sentia quando satisfazia “automaticamente” meus desejos. Este “novo eu” é muito mais livre. As insatisfações ainda permanecem, mas hoje são resultantes de outros processos que nada tem haver com o tédio. A vida adquiriu sentido para mim no seu devido tempo. Posso dizer que vivo minha própria vida afetiva sem precisar cumprir todos aqueles velhos papeis exigidos pela sociedade. Casei com quem amava e o fato de já vir no mesmo pacote duas lindas meninas só abrilhantaram ainda mais essa vivência. Um lindo mosaico completado pelo terceiro filho dela e o meu primeiro. Perfeito.
A construção de uma história de vida é um procedimento fascinante, e que só ganha seu real valor quando avaliado por nós mesmos. As outras pessoas, até aquelas mais próximas de nós, nunca vão dar a importância merecedora dela. Reconhecimento é algo muito raro, mais raro até do que amor.