Como posso começar? Primeiro eu preciso dizer que assim como o mundo, a Internet também é pequena, não é verdade?
É um prazer imenso estar trocando este e-mail contigo, pois acredito que através dele, você pode se defender de um artigo que eu redigi apenas com depoimentos das pessoas que estavam comigo na festa.
Antes de mais nada, não sou profissional do ramo, ou seja, não sou jornalista ou coisa parecida, apenas gosto de escrever e expor as minhas idéias nas horas livres. E foi nestas horas livres, que criei na firma onde trabalho, o Jornal da Galera. Um pequeno jornal de tiragem mensal, onde trato dos principais acontecimentos do mês que envolvem os funcionários da empresa.
A reportagem, falando sobre vossa pessoa, foi publicada no mês de novembro/2001, onde procurei abordar temas que falavam sobre a festa de despedida de uma das funcionárias e o aniversário de outra companheira de trabalho, realizado no Dinorah. Entre os acontecimentos da festa, destacaram-se o fato de um de nossos amigos, o Coruja, que ficou completamente bêbado, inclusive foi ele quem ficou insistindo-o para que tocasse algumas músicas, mas devido ao seu estado deplorável de embriaguez, você nem deu bola (com toda razão!). Além deste caso, outro destaque foi sobre o seu comportamento perante a "festa" que todos os funcionários e amigos da empresa onde trabalho fizeram.
Sinceramente Dimi. Entendo perfeitamente o que você quis dizer. Você apenas estava querendo mostrar o seu trabalho, e como um bom profissional, fazer tudo muito bem feito, afinal não eram apenas eu e o pessoal da empresa onde trabalho que estavam no bar para prestigiar o seu desempenho artístico, pois ainda tinham outras pessoas que procuraram no Dinorah, um local tranqüilo, com MPB ao vivo, e acabaram passando uma noite barulhenta com um monte de malucos gritando a cada chegada de um convidado.
Tudo o que eu escrevi no artigo, foram opiniões das pessoas que estiveram lá curtindo a festa que havíamos organizado, e aí você já viu, junta uma galera daquele tamanho, é muita bagunça na certa e ninguém quer saber de nada, e quem tenta dar uma apartada na bagunça, acaba virando carrasco, que foi o que aconteceu com você naquela noite.
Não lhe tiro a razão de nada do que você disse, porém deixarei agora a "minha" opinião sobre o caso, já que vivemos em uma democracia.
Eu também achei que em alguns momentos você foi antipático, porém, entendo pelo fato do barulho generalizado que fizemos, o que provavelmente lhe deixou irritado (com toda razão), principalmente por atrapalhar na execução de suas músicas, fazendo com que pessoas que estavam dispostas a ouvi-lo tocar, não conseguissem. Mas não estávamos preocupados com isto. A festa foi a melhor que eu participei em toda minha vida. Conseguimos com que 90% das pessoas que fazem parte do quadro de funcionários comparecessem na festa. Uma confraternização nunca vista em toda a história da empresa. Até hoje todos comentam sobre aquela festa. Olha Dimi, se não fizéssemos aquela bagunça a festa não seria tão inesquecível como foi, por isso, se lhe serve como consolo, peço que nos desculpe por aquele dia termos atrapalhado o seu trabalho, pois tenho certeza que não foi a intenção de ninguém, assim como não houve intenção sua em querer atrapalhar a nossa festa.
Naquela noite, você deixou uma imagem de um pessoa arrogante e antipática, mas acredito que todos pensaram assim por não se colocarem na sua posição e também por não lhe conhecerem pessoalmente. Musicalmente, todos elogiaram o seu repertório e seu jeito de tocar. Inclusive, já tive alguns amigos que visitaram a casa por minha recomendação e que gostaram muito do local e do ambiente musical. Por isso, não entenda que aquele artigo reflete a vossa pessoa, pois se tratou de um caso isolado, em um dia de muita festa.
Hoje mesmo estarei tirando o artigo de circulação da Internet, pois não quero causar nenhum problema com sua imagem, tanto como pessoa ou como profissional.
Desejo-lhe sorte na sua caminhada e muito sucesso. E vê se não fica interrompendo mais as pessoas que fazem festa com a chegada de convidados no Dinorah !! (brincadeira!)
Obs: No próximo Jornal da Galera, colocarei um artigo sobre este e-mail que você enviou-me, para que outras pessoas também possam se colocar em seu lugar e entender que tudo não passou de um mal-entendido.
Um abraço,
Marcel
m_agarie@ig.com.br
-----Mensagem Original-----
De:
Para:
Enviada em: Quarta-feira, 20 de Fevereiro de 2002 10:23
Assunto: Usina de Letras -- Contato do Leitor
> Mensagem referente ao texto JG2 - Dimi Zumquê, o antipático da noite - Artigos.
>Olá,
> Não sei se estou me comunicando com a pessoa certa, mas qual não foi minha surpresa ao me deparar com um "artigo" me taxando de arrogante e "estrelinha". Procurei me situar pelo enunciado e me lembrei da ocasião. Bem, como estamos numa democracia, acho que me cabe colocar meu ponto de vista da situação citada. O local, Dinorah MPB Bar. Como tantas outras festas de que participei, achei que não teria problema algum, pois minha função ali é exatamente apresentar meu trabalho sem entrar em litígio com o público, esperando, claro, desse a contrapartida. Sou músico profissional, e a coisa começou a pegar a partir do momento em que era interrompido a todo momento por gritos, que vc chama de saudação. Mesmo assim não deixei de tocar e procurei me comunicar da melhor forma. Detalhe: Não sei e não sou obrigado a tocar todas as canções que me pedem. Isso é impossível para qualquer um. Como em qualquer trabalho, é necessário um bom ambiente para poder executá-lo. Caso isso seja surpresa, fiz "amigos" dentre essa mesma turma naquela mesma noite. Reflita um pouco. Troque de lugar comigo. Tente imaginar uma interferência tão grande no seu trabalho, se é que você tem um. Cordialmente, Dimi Zumquê.