Com mais alguns passos...chego no tôpo. Não é todo dia que estou com pic prá subir montanha. Uma montanha de terra, um monte cansaço, mas muita leveza. Mesmo assim vou á balança da pharmácia prá conferir o peso. Ponteiro balança prá lá, a arroba balança prá cá, e o coitado do ponteiro....zonzo, fica de saco cheio dessa rotina... ...mesma história todo santo dia! Mas o número que ele esconder...(dizem), é o que vale. E ele parou num. Mal sei o que vale tal número, parecem rabiscos, bolinhas com riscos prá cima...prá baixo, desenhando histórias que todos sabem o final. Afinal de contas... valem, esses números, o quanto pesam? É lógico que a sua lógica foi fabricada pelo humano prá controlar e “dar cordas” em vidas (que somos nós). E a vida não merece ser exata, muito menos pendurada em eixos. Por si só, ela já é louca...muito louca, e é assim que deve ser vivida. É esse o seu charme, tão "tão" quanto esse visual aqui da montanha... ...muito mais dez ! Tentei me dar bem com as exatas, mas elas são previsíveis demais da conta, e mesmo entendendo o seu mecanismo acho que elas se complicam, fazem continhas e não sabem o que fazer com o resultado. Um embaralho prôs neurônios Um embrulho estomacal. Olhando bem mais, o fundo de "exato" nada tem. A superfície sim....tem lógica, tem sede, tem água que não se pesa...nem se esbalda, apenas sacia sedes e rega com vida...sem regras. Sendo assim, e nessa "exata doideira numérica"eu pergunto: - Onde está a lógica nesse troço exato? Que bom que os dias não são tão exatos! vejo o sol nos acordos, vejo a lua de dia e de noite, bem na seqüência, que ora inspiro... que ora espirro...sem tempo, sem hora prá nada, sem a ordem dos degraus que eu numero, que tu numeras e que todos nós numeramos! Ó raios, cara! Gostaria de desmontar um relógio-cuco, desatar a corrente do seu pêndulo, indicar seus ponteiros prá "Deus dará" e ouvir do cuco um IIUUUUUUPI, a cantar nos vôos cegos e livres:
- SEM HORAS, SEM HORES, DESPERTEM-SE NATURALMENTE NAS MANHÃS E EM QUALQUER TARDE DA NOITE, POIS AGORA VOU DAR UM TEMPOOOO!.
*** Deixa o pobre sentir o que é cantar a música da liberdade, sem hora prá nada, nem número. Aliás que importância tem os números, mesmo? E o que importa se há diferença entre arábicos e romanos, se o resultado é o mesmo? Diferença é só mesmo uma questão de fábrica...de carimbo, e nenhum momento momento se carimba já vem tatuado a liberdade no peito, como essa visão que estou vendo agora, como esse uivo ruivo do lobo, como uma bela taça de vinho...como um vale-transporte prá jequitinhonha! É por isso que eu prefiro a taboada das paredes do chalé, sem erregê nem cepeéfe, sem acesso no arrouba ponto com... ...porque o que eu gosto, mesmo, é navegar em ondas mais elevadas, que nem essa montanha. Bom, tô indo porque a pharmácia quer fechar, e a balança tá louca prá dormir, mas amanhã eu volto, não prá pesar a minha leveza nem irritar o pobre ponteiro, e sim, conversar mais com ele, lhe dar um recado pra ele repensar, se aprontar e se apontar o seu dedo para o sol, para o infinito ... pru mode a hora e o infinito ...
ser agora.
ora !
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